A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou nesta terça-feira (5). uma moção de protesto contra pronunciamentos feitos contra a Polícia Militar durante o 1º Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná.
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O evento organizado pelo Centro Acadêmico Hugo Simas, do curso de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foi no último dia 26, com discussões marcadas por críticas às forças de segurança, com a presença do deputado estadual Renato Freitas (PT-PR), que vem defendendo, frequentemente, a desmilitarização da Polícia Militar.
Por 15 a 6 votos, os vereadores de Curitiba repudiaram as falas dos estudantes e julgaram que houve exageros no debate. Protocolada pelo vereador Eder Borges (PP), a moção critica declarações como "a polícia tem que acabar", "ninguém tem que ser preso" e "a polícia trabalha para matar", todas frases ditas durante o evento, conforme fontes ouvidas pela Gazeta do Povo.
“A moção não é agravo ao ato, nem à universidade, tampouco generalizei a Universidade Federal do Paraná, seus alunos ou professores. São frases que colocam a população contra a polícia”, afirmou Borges. “O desejo da esquerda é acabar com a polícia, mas enquanto estivermos aqui vamos defender a Polícia Militar”, manifestou o vereador Ezequias Barros (PMB).
O parlamentar Rodrigo Reis (União) criticou a universidade. “O que me preocupa nem são mais os alunos, mas a Reitoria da UFPR que permite um evento deste nível, que é a mistura da liberdade de expressão com a libertinagem. Esses 'bundas moles' que atacam a polícia são os primeiros a ligar para o 190 em qualquer problema na vida deles”, declarou o vereador.
A vereadora Sargento Tânia Guerreiro (União) comentou o assunto com ironia e disse que os participantes do encontro podem recorrer aos super-heróis das histórias em quadrinhos. “Se vocês não gostam da polícia, quando precisarem [dela] chamem o Batman. Ele vai atender vocês. Querem que a polícia atenda os bandidos com o quê? Com ramalhete de flores? Claro que tem que ser com arma na mão, estamos lidando com bandidos.”
A UFPR, em nota, se manifestou e disse que o encontro não foi um evento institucional organizado pela universidade, mas uma iniciativa que fez parte da "imensa pluralidade de ideias" que envolve um ambiente acadêmico. "Acreditamos na liberdade de expressão e no direito à divergência de opiniões, desde que respeitados os princípios éticos e o ambiente de diálogo respeitoso", disse a universidade.
Durante o debate na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), a oposição argumentou contra a moção de protesto. “A proposta tem um conteúdo ideológico claro. As coisas estão ligadas. Tem uma ideologia de extrema direita que está querendo se apropriar [da polícia], de qualquer forma, abdicando da razão”, falou o vereador Angelo Vanhoni (PT).
Órgãos representativos da classe policial repudiaram o encontro
O Encontro de Enfrentamento à Violência Policial do Paraná, que aconteceu no último dia 26, teve como tema “Quem nos cuida da polícia?”. O evento promovido pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da UFPR foi criticado pelos órgãos representativos da classe policial.
Em protesto, a presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), Valquíria Tisque, destacou que as autoridades de segurança atuam, diariamente, para servir e contribuir com a população. “Nós ficamos espantados com um evento promovido pela UFPR, uma entidade de renome, com uma ideologia contra as polícias. Foram debatidos temas como ‘a polícia tem que acabar’, ‘ninguém tem que ser preso’ e ‘a polícia trabalha para matar’. Essas são afirmações ameaçadoras, como ‘policial bom é policial morto’”, disse.
“São [afirmações] assustadoras, não somente como policial, mas como cidadã. Eu me deparo com afirmações agressivas em uma entidade que deveria estar promovendo um ensino e desenvolvendo políticas públicas para melhorar o atendimento das polícias e as tecnologias”, complementa a policial.
Em nota, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Adepol-PR) também manifestou repúdio ao evento. A organização afirmou que o encontro “fomentou o ódio contra os policiais brasileiros”, sem embasamento. “Jogar a sociedade contra os trabalhadores da segurança pública só favorece à criminalidade. O diálogo construtivo e a cooperação para enfrentar os desafios do sistema de segurança pública são bem-vindos, mas jamais poderemos permitir que sejam feitas campanhas de ódio contra os nossos policiais, que são verdadeiros heróis”.
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