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Eleições no Congresso

Alcolumbre é eleito para comandar o Senado pelos próximos dois anos

Alcolumbre
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), (à esq.), passa a presidência do Senado para Davi Alcolumbre (União-AP), (à dir). (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)

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O senador Davi Alcolumbre (União-AP) confirmou neste sábado (1º) o seu favoritismo e venceu a disputa pela presidência do Senado com 73 dos 81 votos do senadores. Ele vai comandar a Casa e o Congresso Nacional até fevereiro de 2027. 

Esta será a segunda vez de Alcolumbre à frente do Senado, que se elegeu pela primeira vez em 2019, quando derrotou Renan Calheiros (MDB-MG) na disputa. Apontado como um dos políticos mais habilidosos do Congresso, o senador amapaense foi responsável pela eleição de seu sucessor Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em 2021, e volta agora ao comando da Casa com o apoio de sete partidos, incluindo o PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro

"E é disso que o Brasil precisa agora: uma liderança que una, e não que divida. O Brasil ainda enfrenta os ecos da intolerância e da radicalização. Adversários são tratados como inimigos. O discurso de ódio e as agressões contaminam as redes sociais", disse Alcolumbre em seu discurso no plenário.

De acordo com Alcolumbre, seu primeiro compromisso como presidente do Senado será o de defender as prerrogativas dos senadores. "Um compromisso com a proteção das garantias e prerrogativas de senadoras e senadores e com a preservação da independência do Senado Federal", completou.

Além dele, concorreram ao posto os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Os dois receberam quatro votos, cada, e tentaram se contrapor ao nome de Alcolumbre com bandeiras contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e com promessas de desengavetar os pedidos de impeachment dos ministros da Corte parados no Congresso. Os senadores Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Marcos do Val (Podemos-ES) lançaram suas candidaturas, mas recuaram durante a sessão de votação.

Nova Mesa Diretora do Senado

O favoritismo de Alcolumbre foi construído junto aos demais partidos em troca de espaços nos outros cargos da Mesa Diretora e em comissões importantes da Casa. A eleição para os postos na Mesa aconteceu por acordo entre as legendas.

O PL, que detém a segunda maior bancada com 14 senadores, vai ficar com a primeira vice-presidência, com a indicação do senador Eduardo Gomes (TO) para o posto. O partido do ex-presidente Bolsonaro pretende assumir ainda o comando da Comissão de Segurança Pública com o senador Flávio Bolsonaro (RJ). O tema do colegiado é visto como uma das principais apostas da oposição contra o governo Lula.

A sigla também terá o comando da Comissão de Infraestrutura, com o senador Marcos Rogério (PL-RO). O colegiado será o responsável por sabatinar indicados do governo para diversas agências reguladoras, o que vai fazer com que o Palácio do Planalto precise negociar com a oposição. 

Já o PT, do presidente Lula, vai ocupar a segunda vice-presidência com o senador Humberto Costa (PE). Neste caso, o petista só irá substituir o presidente na ausência do primeiro vice.  O partido deve comandar ainda as comissões de Educação, com a senadora Teresa Leitão (PT-PE) e, do Meio Ambiente, com o senador Fabiano Contarato (PT-ES).

Além da presidência e das duas vice-presidência, a Mesa Diretora do Senado é composta por quatro secretarias. O primeiro-secretário, por exemplo, tem como responsabilidade a listagem dos resultados de votações, a leitura de correspondências oficiais e documentos relativos às sessões, e supervisiona as atividades administrativas da Casa. A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) foi indicada para ocupar o cargo. 

Já o segundo-secretário será responsável por lavrar as atas das sessões secretas, além de ler e assinar o documento depois do primeiro-secretário. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) foi eleito para o posto. 

O terceiro e o quarto-secretário fazem as chamadas dos senadores, contam votos e auxiliam o presidente na apuração das eleições. Irão assumir os postos os senadores Ana Paula Lobato (PDT-MA) e Laércio Oliveira (PP-SE), respectivamente. 

Quem é Davi Alcolumbre 

Nascido em 19 de junho de 1977, David Samuel Alcolumbre Tobelem é natural de Macapá, capital do Amapá. Atualmente, o político está em seu segundo mandato como senador. 

Ele exerceu seu primeiro cargo político em 2001, como vereador da capital amapaense, aos 24 anos. Na época, era filiado ao PDT. Em 2002, foi eleito deputado federal, permanecendo na casa por três mandatos consecutivos. 

Já em 2006, migrou para o PFL, que posteriormente passou a se chamar Democratas e hoje é o União Brasil. O amapaense chegou a se afastar do seu mandato em 2009, quando assumiu a Secretaria de Obras e Serviços Públicos de Macapá.  

Em 2014, foi eleito para o Senado pela primeira vez, com 131 mil votos. Quatro anos mais tarde, tentou ser governador do Amapá, mas acabou o primeiro turno na terceira posição, com 23,75% dos votos válidos. Na eleição de 2022, Alcolumbre foi reeleito senador, com o apoio de 196 mil eleitores. 

Na sua primeira passagem pela presidência do Senado, entre 2019 e 2021, Alcolumbre foi responsável por colocar em votação pautas econômicas como a reforma da Previdência e autonomia do Banco Central. Ambos os projetos contavam com o apoio do então presidente Jair Bolsonaro.

Apesar disso, o senador virou alvo de críticas por parte dos parlamentares de direita depois de engavetar os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2021, foi criticado por adiar a sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o STF.

Já no governo Lula e fora da presidência do Senado, Alcolumbre manteve sua influência ao comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O senador é o padrinho político do ministro Waldez Goes no Ministério da Integração e Desenvolvimento, e no ano passado foi consultado por Lula sobre as indicações para 17 agências reguladoras.

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