Aliados de Jair Bolsonaro (PL) criticaram o indiciamento do ex-presidente pela Polícia Federal no inquérito que investiga a venda de presentes oficiais. A PF atribui a Bolsonaro os crimes peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Outras 11 pessoas também foram indiciadas no caso das joias.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apontou que o ex-mandatário sofre “perseguição” e questionou a atuação de investigadores “escalados a dedo para a missão”. O inquérito foi aberto no ano passado após o Estadão revelar que a comitiva presidencial tentou entrar no país com kits de joias sauditas sem a devida declaração.
“A perseguição a Bolsonaro é declarada e descarada! Alguém ganha um presente, uma comissão de servidores públicos decide que ele é seu. O TCU questiona e o presente é devolvido à União. Não há dano ao erário! Aí o grupo de PFs, escalados a dedo pra missão, indicia a pessoa”, disse o senador no X.
Outro filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou a publicação de Flávio sobre o indiciamento. O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, disse ao jornal O Globo que "a PF tem que prender traficantes e não Bolsonaro".
Na mesma linha, o líder da oposição no Congresso, senador Marcos Rogério (PL-RO), disse que a PF atua como o “braço aparelhado do governo” Lula para “perseguir opositores políticos”.
“Olha o nível de perseguição contra o presidente Bolsonaro. Algo nunca visto antes! Primeiro, não havia prerrogativa de foro para o ex-presidente ser julgado no STF. O entendimento foi modificado justamente agora”, disse o líder da oposição.
“Não nos causa estranheza a mudança drástica na PF, que executava mega operações contra a corrupção e o assalto aos cofres públicos, como nos casos do Petrolão e Mensalão, para se tornar um braço aparelhado do governo, com objetivo de perseguir opositores políticos”, acrescentou.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também considera “perseguição” o indiciamento do ex-mandatário. “Fazem de tudo, mas todo Brasil sabe que Jair Bolsonaro não é corrupto! Minha total e irrestrita solidariedade”, afirmou o parlamentar no X.
Moro compara indiciamento de Bolsonaro à investigação contra Lula
O senador Sergio Moro (União-PR), que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, comparou o indiciamento do ex-presidente às investigações contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em maio deste ano, a área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) considerou que o petista não precisará devolver um relógio de luxo que ganhou em 2005 durante seu primeiro mandato. A peça, avaliada em R$ 60 mil, é um Cartier Santos Dumont feito de ouro branco 18 quilates, prata 750 e com uma pedra safira azul.
“Lula não foi indiciado por peculato por se apropriar de presentes que recebeu na Presidência. Mesmo durante a Lava Jato tudo foi tratado como uma infração administrativa dada a ambiguidade da lei. Os crimes foram outros. Há uma notável diferença de tratamento entre situações similares”, disse o ex-juiz da Lava Jato.
Em 2023, o TCU estabeleceu que presentes oficiais de alto valor comercial, mesmo que sejam de caráter personalíssimo, devem ser devolvidos à União. A determinação foi feita com base em uma resolução de 2016.
No entanto, a área técnica da Corte de contas avaliou que o entendimento fixado não pode ser aplicado de maneira retroativa. Com isso, indicou que Lula poderá manter o relógio que ganhou em 2005. O parecer técnico ainda será analisado pelo plenário do TCU.
Governistas comemoram e falam em prisão após indiciamento de Bolsonaro
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o indiciamento de Bolsonaro é “mais um passo na busca da verdade e da Justiça”. Para Gleisi, "essa é apenas uma das muitas contas que ele terá de prestar pelos crimes que cometeu contra o país e contra o mandato que recebeu".
"Deve ser por isso que o inelegível anda tão nervosinho nas redes sociais. Não tente desviar as atenções, Bolsonaro, falando mentiras sobre um presidente e um governo que estão consertando o que você destruiu. Quem está a caminho do banco dos réus é você”, disse a deputada.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) disse que “ninguém está acima da lei” e defendeu a atuação da PF. “Esta ação da Polícia Federal é prova de tudo aquilo que sempre denunciamos e de que ninguém está acima da lei. Seguimos confiantes nas instituições brasileiras e na luta contra a corrupção e em defesa da democracia!”, afirmou Carvalho.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) também comentou a decisão da PF contra o ex-presidente. “A Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro no caso das joias, agora cabe a PGR denunciá-lo ou arquivar, se for denunciado, Bolsonaro pode acabar na cadeia”, disse.
“Grande dia: Bolsonaro acaba de ser indiciado pela Polícia Federal por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das joias. Prova que os crimes cometidos por ele e sua trupe não ficarão impunes!”, disse o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
O vice-líder do governo na Câmara, Rogério Correia (PT-MG), disse que Bolsonaro “além de inelegível, vai acabar preso”.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião