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Escalada da crise

Após nota dura de Alcolumbre, Lula almoça com relator da indicação de Messias ao STF

Após nota dura de Alcolumbre, Lula almoça com relator da indicação de Messias ao STF
Lula entra em campo, chama Weverton para almoço e tenta driblar crise com Alcolumbre. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) almoçou nesta segunda-feira (1º) com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Realizado no Palácio da Alvorada, o encontro é uma tentativa do petista de driblar a escalada da crise com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A expectativa é que Rocha apresente um parecer favorável a Messias nesta quarta-feira (3). Alcolumbre defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Em represália ao governo, o presidente do Senado conseguiu aprovar a aposentadoria especial para agentes de saúde, considerada como uma “pauta-bomba” na área fiscal, defendeu a derrubada dos vetos na Lei Geral do Licenciamento Ambiental e marcou a sabatina do AGU para a próxima quarta-feira (10). Alcolumbre nega que as movimentações sejam uma retaliação ao governo.

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Na prática, a data diminui o tempo de Messias para a campanha entre os senadores antes da votação, o chamado “beija-mão”. Alcolumbre nega que as movimentações sejam uma retaliação ao governo. O indicado de Lula ainda não foi recebido pelo senador. O advogado-geral da União deu início ao périplo na semana passada.

Apesar de ter formalizado a indicação no Diário Oficial da União (DOU), no último dia 20, o chefe do Executivo ainda não encaminhou a mensagem oficial ao Senado. Além disso, Alcolumbre ficou irritado com a tentativa de integrantes do governo de associar as dificuldades de apoio a Messias à negociação de cargos.

Em uma nota dura, o senador disse que a demora no envio da mensagem oficial é ofensiva não só a ele, como presidente do Congresso, mas a todo o Legislativo.

Segundo Alcolumbre, “causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal”, acusou em comunicado publicano neste domingo (30). (Veja a íntegra da nota abaixo)

Em seguida, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou que o governo tem o “mais alto respeito e reconhecimento” por Alcolumbre, mas rebateu a acusação de interferência. Ela apontou que o govenro Lula jamais consideraria rebaixar a “relação institucional” com o senador a “qualquer espécie de fisiologismo ou negociações de cargos e emendas”.

Veja a íntegra da nota de Alcolumbre com críticas ao governo Lula

“É nítida a tentativa de setores do Executivo de criar a falsa impressão, perante a sociedade, de que divergências entre os Poderes são resolvidas por ajuste de interesse fisiológico, com cargos e emendas. Isso é ofensivo não apenas ao Presidente do Congresso Nacional, mas a todo o Poder Legislativo.

Em verdade, trata-se de um método antigo de desqualificar quem diverge de uma ideia ou de um interesse de ocasião. Nenhum Poder deve se julgar acima do outro, e ninguém detém o monopólio da razão. Tampouco se pode permitir a tentativa de desmoralizar o outro para fins de autopromoção, sobretudo com fundamentos que não correspondem à realidade.

Se é certa a prerrogativa do Presidente da República de indicar ministro ao STF, também o é a prerrogativa do Senado de escolher, aprovando ou rejeitando o nome. E é fundamental que, nesse processo, os Poderes se respeitem e que cada um cumpra seu papel de acordo com as normas constitucionais e regimentais.

Feita a escolha pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União, causa perplexidade ao Senado que a mensagem escrita ainda não tenha sido enviada, o que parece buscar interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa, prerrogativa exclusiva do Senado Federal.

Aliás, o prazo estipulado para a sabatina guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada.

Portanto, o que se espera é que o jogo democrático seja conduzido com lisura. Da parte desta Presidência, absolutamente nada alheio ao processo será capaz de interferir na decisão livre, soberana e consciente do Senado sobre os caminhos a serem percorridos.”

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