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Lula
Aprovação de Lula caiu de 52% para 44% entre janeiro e dezembro, principalmente entre eleitores jovens de classe média.| Foto: André Borges/EFE

A aprovação ao terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a cair ao final do primeiro ano da nova gestão de acordo com a nova rodada da pesquisa PoderData divulgada nesta quarta (20). O instituto apontou que Lula perdeu a preferência até mesmo entre eleitores que deram vitória a ele em 2022.

Segundo a pesquisa, a queda foi significativa e passou de 52% no início do ano para os atuais 46%, uma diferença de 6 pontos percentuais. Ao mesmo tempo, a taxa de desaprovação registrou um aumento de 5 pontos percentuais, de 39% para 44% no mesmo período.

O instituto aponta que, embora as oscilações tenham ficado dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais nas cinco pesquisas realizadas ao longo do ano, há uma clara tendência desfavorável ao governo. Há uma queda constante na taxa de aprovação e uma leve tendência de aumento nos percentuais negativos.

A análise dos microdados demográficos destaca que o governo perdeu mais apoio em grupos que foram cruciais para sua vitória em 2022, especialmente entre mulheres e pessoas de baixa renda, que ganham até dois salários mínimos ou estão desempregadas.

De acordo com a estratificação, a desaprovação entre aqueles que ganham até dois salários mínimos chega a 43%, e sobe para 46% nos de renda até cinco salários mínimos. A classe média tem sido o calcanhar de Aquiles do governo Lula, tanto que ele já admitiu ter dificuldade em alcançar e já pediu, inclusive, políticas voltadas para este grupo da sociedade – um Minha Casa Minha Vida com imóveis mais caros está no radar.

Outro público que Lula vem enfrentando resistência é entre as pessoas de 25 a 44 anos, com a desaprovação chegando a 52%.

O presidente, que foi eleito com 50,90% dos votos em 2022, encerra o primeiro ano sem cumprir integralmente a promessa de unir o país, ao contrário, afastando alguns de seus próprios apoiadores.

A pesquisa PoderData entrevistou 2,5 mil pessoas com 16 anos ou mais em 244 municípios nas 27 unidades da Federação, por telefone, entre os dias 16 e 18 de dezembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com um grau de confiança de 95%.

Publicamente, governo minimiza desaprovação

Apesar da tendência de queda na aprovação do presidente, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), minimizou os resultados apontados pelas pesquisas de avaliação.

No último final de semana, ele contestou o crescimento da desaprovação indicado pelas pesquisas Ipec e Datafolha, dizendo que o governo “trabalha com um mix de pesquisas que mostram um cenário de estabilidade”. Para ele, a avaliação vista pelo Planalto neste momento é semelhante à do fim da eleição presidencial do ano passado.

“As pesquisas mostram que ainda há um cenário de calcificação, que essa polarização ideológica se manteve”, disse em entrevista publicada pelo jornal O Globo.

Segundo Paulo Pimenta, embora os números sejam considerados estáveis, a polarização que ele ainda vê levou o governo a lançar uma campanha de final de ano para “desarmar espíritos”, incentivando uma volta da convivência entre as famílias que se separaram por conta de escolhas políticas.

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