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Ataques RN
Ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que mais mil agentes podem ser enviados ao RN. Um suspeito de liderar ataques foi preso na PB.| Foto: SESED-RN/divulgação

A madrugada desta segunda (20) foi marcada por, pelo menos, sete novos ataques criminosos em cidades do Rio Grande do Norte, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública. Foi a sétima em que o estado é alvo de atentados de facções em represália a ações policiais.

Na capital, Natal, uma base da Polícia Militar foi atingida por um coquetel molotov, mas as chamas não se alastraram pela estrutura, e o esquadrão antibombas foi acionado para desarmar um explosivo de grande porte próximo ao estádio Frasqueirão. Uma estação de trem do município de Parnamirim, na região metropolitana, também foi incendiada. A CBTU, responsável pelo sistema, suspendeu o transporte coletivo de trens metropolitanos nesta segunda (20).

Já no interior do estado, criminosos atearam fogo contra um ônibus escolar estacionado no pátio da prefeitura do município de São Pedro. E, em Acari, um escritório de advocacia foi alvejado por tiros durante a madrugada.

Por conta da onda de ataques que não dá trégua, o ministro da Justiça, Flávio Dino, disse na noite deste domingo (19) que o governo pode enviar mais mil agentes da Força Nacional ao Rio Grande do Norte. Pelo menos 135 pessoas já foram presas até a madrugada desta segunda (20), entre elas um suspeito de matar um policial penal em Natal.

De acordo com Dino, o estado já tem “aproximadamente 700 policiais de várias forças” atuando no combate aos ataques, com um gasto que já passa de R$ 5,3 milhões do governo federal. O Rio Grande do Norte já contabiliza 284 ataques.

“Nós estamos aqui para dizer que esse apoio não tem limite, o limite é dado pela necessidade. Se houver, que nós não acreditamos, uma necessidade adicional, esses 700 poderão virar 1 mil, 1,2 mil, 1,7 mil, quantos o Rio Grande do Norte precisar”, disse.

Ainda segundo o ministro, o estado também deve receber recursos adicionais para a compra de “mais viaturas, mais armamentos e para que tenhamos uma reestruturação do sistema penitenciário com investimentos em estrutura física, abrangendo reformas no sistema penitenciário hoje existente, e também a construção de novas unidades”. No fim da manhã desta segunda (20), Dino anunciou o repasse de R$ 100 milhões ao governo potiguar.

"O trabalho tem surtido efeito e as ocorrências têm diminuído. Isso é fruto do trabalho abnegado das forças de segurança local e nacional", disse a governadora Fátima Bezerra (PT), logo após a reunião com o ministro.

Líder dos ataques preso na Paraíba

Ainda no domingo (19), um homem, de 23 anos, suspeito de envolvimento com os recentes ataques no Rio Grande do Norte, foi preso na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Ele é apontado pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN) como um dos líderes de uma facção criminosa.

De acordo com a polícia, Erivanaldo da Silva Sales é responsável por ordenar ataques no município e na região do Seridó. Com o suspeito, foram encontrados coquetéis molotov, drogas, balança de precisão e outros itens. Ele era considerado foragido, possuía um mandado de prisão em aberto e uma ficha criminal extensa.

As ações da Polícia Civil fazem parte da força-tarefa do Sistema de Segurança Pública do Estado do Rio Grande do Norte, com o objetivo de conter os ataques provenientes das organizações criminosas que atuam no estado.

Além das prisões no Rio Grande do Norte e na Paraíba, a polícia já apreendeu 38 armas de fogo, 106 artefatos explosivos, 28 galões de combustíveis, entre outros.

Intervenção das Forças Armadas

Na última sexta (17), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), encaminhou ao Palácio do Planalto um pedido do senador Styverson Valentim (Podemos-RN) para que haja intervenção das Forças Armadas no Rio Grande do Norte.

“Reconheço o notável empenho das forças de segurança do estado e Nacional neste momento, às quais se podem somar as Forças Armadas, a critério do presidente da República. O importante é garantir a paz no Estado o mais rapidamente possível”, disse Pacheco no pedido encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Também na sexta (17), o Ministério Público Federal (MPF) solicitou informações atualizadas sobre o sistema prisional do estado para avaliar a situação de detentos nos presídios potiguares nos últimos três anos. Segundo o documento enviado ao Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), a promotoria pede acesso ao último relatório de vistoria realizada pelo órgão, que aponta graves violações no sistema penitenciário.

Segundo o MPF, “é preciso aprofundar a análise das motivações diretas dos ataques, inclusive com apuração da relação com eventuais restrições de direitos dos custodiados”, disse a promotoria em um comunicado.

A Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional está em contato com os procuradores que atuam no estado para viabilizar a atuação integrada e efetiva da instituição, “objetivando a solução pacífica dos conflitos e a preservação da dignidade humana das pessoas privadas de liberdade”.

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