O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (25) levou à Avenida Paulista, em São Paulo, diversos governadores, deputados, senadores e aliados que foram apoiá-lo na defesa da democracia e das investigações de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Mas, não apenas isso: os aliados já calculam a rota para as eleições municipais deste ano e as nacionais de 2026, quando vão concorrer à reeleição ou eleição aos cargos em disputa no Executivo e no Legislativo. O objetivo é colar na imagem de Bolsonaro para tê-lo como cabo eleitoral e levar junto a preferência do eleitor de direita.
Entre os governadores que estiveram presentes, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) pode vir a concorrer à reeleição pelo governo do estado de São Paulo ou mesmo à sucessão presidencial. O atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB-SP), já vê a eleição municipal deste ano como motivador da presença no ato.
Também subiram no carro de som com Bolsonaro os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Jorginho Mello (PL-SC) e Romeu Zema (Novo-MG), que também é visto com potencial pela direita.
Entre os senadores, foram pelo menos 11 presentes, entre eles o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), partido que tem uma ala favorável ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e os aliados mais próximos, como Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Astronauta Marcos Pontes (PL-RJ), Jorge Seif (PL-SC), Rogério Marinho (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES), entre outros.
Outros cerca de 80 deputados federais também compareceram, segundo levantamento feito pelo Poder 360 com base em postagens nas redes sociais e registros da imprensa. Entre os presentes, estavam o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), que pretende concorrer à prefeitura de Niterói (RJ) neste ano; Alexandre Ramagem (PL-RJ), pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro; Caroline de Toni (PL-SC), cotada para assumir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados; Pedro Lupion (PP-PR), que presidente a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA); Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do partido na Câmara; Carla Zambelli (PL-DP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Marcos Feliciano (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO); Marcel Van Hattem (Novo-RS), entre outros.
Já entre os aliados de Bolsonaro, compareceram o pastor Silas Malafaia, que organizou o ato; o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, que chegou a ser preso na mesma operação que mirou o ex-presidente nas investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado; Eduardo Pazuello (PL-RJ), ex-ministro da Saúde; Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente; o vice-governador paulista Felicio Ramuth (PSD-SP), entre outros.
Durante o ato deste final de semana, Bolsonaro afirmou que passou “quatro anos sendo perseguido”, e que essa perseguição aumentou desde que deixou a presidência. Ele mencionou a suposta minuta de um decreto para instituir o estado de sítio no país, mas ressaltou que para isso seria necessário convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, algo que não fez.
Bolsonaro também expressou o desejo de “passar borracha no passado” e mencionou os recentes acontecimentos envolvendo investigações da Polícia Federal. Ele declarou que “golpe é tanque na rua” e pediu ao Congresso que aprove um projeto de anistia para perdoar os condenados pelos atentados à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
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