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Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram na tarde deste domingo (7), na Avenida Paulista, em São Paulo, para participar da “II Caminhada pela Anistia, Liberdade e Paz”, organizada pelo padre Kelmon Souza. A concentração começou por volta das 13h, em frente ao prédio da TV Gazeta, e seguiu pela Avenida Brigadeiro Luís Antônio em direção à Catedral da Sé. Além da anistia, outros temas do ato foram críticas à prisão de Bolsonaro e ao aborto.
A mobilização recebeu apoio público nas redes sociais do vice-prefeito de São Paulo e coronel da reserva da PM, Mello Araújo, dos senadores Marcos do Val e Marcos Pontes, do deputado federal General Girão e de Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente Jair Bolsonaro e pré-candidato a deputado federal por São Paulo.
O ato contou também com a presença de João Zambelli, filho da deputada Carla Zambelli. Em publicação no Instagram, ele afirmou participar “por [sua] mãe, Carla Zambelli, por Jair Messias Bolsonaro e por todos os demais inocentes perseguidos políticos”. “Como podem dizer que há um fio de democracia em um país com tantos presos políticos?”, questionou.

Durante a caminhada, manifestantes cantaram músicas cristãs, fizeram orações e entoaram palavras de ordem pela “liberdade”. Entre os cartazes, havia pedidos de “anistia ampla, geral e irrestrita”, críticas à prisão de Bolsonaro, declarações como “somos uma nação cristã”, críticas ao presidente Lula e ao ministro do STF Alexandre de Moraes, além de mensagens contra o aborto.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Renato Bolsonaro relatou ter sido recebido “com muita emoção, carinho e amor por Jair Bolsonaro” e classificou a prisão do ex-presidente como “injusta”. Ele defendeu a união da população “para que a anistia seja pautada”, afirmando que “o povo brasileiro não suporta injustiças” e que “quem é de direita sai fortalecido por tudo isso”.
A caminhada terminou na região da Sé, com orações e discursos de apoiadores de Bolsonaro.
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Anistia como prioridade da oposição
O ato ocorreu dois dias após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ser oficialmente indicado por Jair Bolsonaro como o nome da família para disputar a Presidência. No sábado (6), o senador afirmou que iniciará as articulações da pré-candidatura defendendo a aprovação da anistia ainda este ano.
Segundo Flávio, a direita precisa unificar esforços nas próximas semanas. “O primeiro gesto que eu peço a todas as lideranças políticas que se dizem anti-Lula é aprovar a anistia ainda este ano”, declarou. Ele disse ainda esperar não ser visto como “radical” ao defender o perdão aos que considera inocentes. “Temos só duas semanas, vamos unir a direita”, completou.
No Congresso, a anistia segue como prioridade para parlamentares aliados do ex-presidente, que enxergam a proposta como resposta política às decisões do Judiciário.
Em apoio ao ato de São Paulo, Flávio destacou neste domingo (7) que "o Brasil já entendeu que para reestabelecer a democracia é necessário fazer uma anistia ampla, geral e irrestrita". "A voz das ruas é clara e cada vez mais alta! Meu muito obrigado a cada brasileiro que esteve nas ruas de São Paulo hoje lutando por justiça", escreveu no X.
Mobilização nas ruas e pressão política pela anistia
A manifestação deste domingo se somou ao movimento pela anistia, que passou a ocupar a linha de frente da pauta da direita nos últimos dias. Na semana anterior, no dia 30 de novembro, o movimento Influenciadores do Brasil realizou um ato em Brasília pedindo a liberdade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os organizadores criticaram a “ilusão de tentar resolver problemas pela internet” e defenderam a importância da mobilização presencial. A concentração reuniu algumas dezenas de apoiadores no Museu da República, e o ato principal ocorreu em frente à Catedral de Brasília, abrindo com a execução do hino nacional.
Parlamentares da oposição enalteceram o ato em São Paulo e voltaram a cobrar a tramitação do projeto da Anistia na Câmara.
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) pediu a liberdade de Bolsonaro e disse que "o Brasil está se levantando em defesa das centenas de patriotas inocentes que estão presos e tiveram suas vidas arruinadas por crerem na democracia e defenderema nossa liberdade".
De acordo com o deputado estadual Major Mecca (PL-SP), "a anistia é o caminho para restaurar a justiça". Ele ressaltou que essa é a única forma de "reparar a perseguição que atinge o ex-presidente e tantos inocentes punidos de forma mais dura do que chefes de facções".
"Não vamos entregar o Brasil. Não vamos recuar. Direita de verdade é direita que enfrenta o sistema, que luta pela liberdade e que não abandona os seus. Seguimos juntos, firmes, porque o país merece voltar ao caminho da verdade e da ordem", escreveu no X.





