O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ter transferido R$ 800 mil do Brasil para uma conta nos Estados Unidos por ter "dúvidas sobre a política e a economia" do governo Lula. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, na noite desta quinta-feira (15), o ex-mandatário destacou que a transferência “não é crime” e disse que, em 2023, “brasileiros enviaram US$ 2,1 bilhões para fora do país”. Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal, na Operação Tempus Veritatis, por uma suposta tentativa de articular um plano golpista.
“Eu enviei, sim [os R$ 800 mil], da minha poupança do Banco do Brasil para o BB America, ou seja, continuou em um banco brasileiro”, disse. "O último país do mundo para onde um golpista, um ditador, enviaria recursos seria os Estados Unidos, porque é um país democrata que respeita tratados. Esses recursos seriam imediatamente bloqueados", acrescentou.
A PF apontou que o ex-presidente teria enviado o montante para o exterior para supostamente aguardar os desdobramentos de um golpe de Estado. “Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de golpe de Estado que estava em andamento”, diz o relatório da PF.
A transferência foi realizada no dia 27 de dezembro de 2022, três dias depois o ex-presidente embarcou para os Estados Unidos. No entanto, o fato não é novo – já havia sido detectado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e noticiado amplamente em julho de 2023.
Na época, a defesa do ex-presidente já tinha argumentado que ele enviou seu dinheiro para o exterior por não confiar na política econômica do governo petista. “Só em 2023, brasileiros enviaram para fora do país US$ 2,1 bilhões, isso não é crime. Assim como eu, eles tinham dúvidas sobre a política e a economia do atual mandatário de esquerda”, apontou Bolsonaro no vídeo divulgado nesta quinta (15). Na postagem, o ex-presidente classificou a divulgação da transferência bancária como "mais uma fake news com vazamento orquestrado" para desacreditá-lo.
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