Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Passaporte retido

Bolsonaro diz que Michelle vai representá-lo na posse de Trump após Moraes negar passaporte

Bolsonaro e Michelle
Ex-presidente evitou comentar decisão de Moraes, mas disse que Michelle viaja na manhã de sábado para representá-lo. (Foto: Joedson Alves/EFE / arquivo)

Ouça este conteúdo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta (16) que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) vai representá-lo na cerimônia de posse de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, na próxima segunda (20).

O anúncio ocorreu pouco depois do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar a devolução do passaporte dele retido desde o ano passado. O magistrado alegou risco de “fuga” ao rejeitar o pedido.

“A minha esposa irá para lá, estava convidada juntamente comigo. Ela vai fazer a sua parte. Tenho conversado com alguns próximos do presidente Trump [que] ela vai ter um tratamento bastante especial lá pela consideração que o presidente Trump tem para comigo”, disse Bolsonaro em uma live da revista Oeste.

Ainda de acordo com ele, Michelle embarcará em Brasília na manhã de sábado (18) para representá-lo na posse de Trump. Bolsonaro também afirmou que tem uma boa amizade com Trump e que não foi abandonado após deixar a presidência.

Por outro lado, o ex-presidente evitou comentar a decisão de Moraes, dizendo que foi orientado por seus advogados para “não entrar em particularidades” do caso.

“Essa questão do passaporte ainda está em jogo, eu tenho uma equipe de advogados que pediram pra mim não entrar em particularidades do processo porque cabe recurso ainda. Então, ainda tem muita coisa que está por vir e eles não querem que uma declaração minha tire o foco do principal pra esse episódio”, completou.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, em fevereiro do ano passado por suspeita de participação na tentativa de um golpe de Estado. Moraes negou pela quarta vez a entrega do documento. O presidente é, ainda, um dos 40 indiciados pela autoridade no caso.

“O cenário que fundamentou a imposição de proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes, continua a indicar a possibilidade de tentativa de evasão do indiciado Jair Messias Bolsonaro, para se furtar à aplicação da lei penal, da mesma maneira como vem defendendo a fuga do país e o asilo no exterior para os diversos condenados com trânsito em julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em casos conexos à presente investigação e relacionados à 'tentativa de Golpe de Estado e de Abolição violenta do Estado Democrático de Direito'”, escreveu Moraes na decisão que negou a devolução do passaporte.

O magistrado seguiu a orientação do procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, que foi contra a recuperação do documento. Para ele, Bolsonaro não apresentou fundamentos para comprovar que a viagem é urgente ou "imprescindível".

"Não há, na exposição do pedido, evidência de que a jornada ao exterior acudiria a algum interesse vital do requerente, capaz de sobrelevar o interesse público que se opõe à saída do requerente do país”, escreveu Gonet. Além disso, o PGR considerou que Bolsonaro não ocupa função oficial para atuar como representante do Brasil no evento.

Ele acrescentou afirmando que "a situação descrita não revela necessidade básica, urgente e indeclinável, apta para excepcionar o comando de permanência no Brasil, deliberado por motivos de ordem pública", acrescentou.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.