O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou neste sábado (12) de mais um passeio com motociclistas. Depois das "motociatas" realizadas em Brasília e no Rio de Janeiro, desta vez o evento aconteceu nas ruas de São Paulo.
Na saída, por volta das 10h, Bolsonaro agradeceu, em uma transmissão ao vivo no Facebook, a participação dos motociclistas no passeio, denominado "Acelera para Cristo".
Antes do início, o presidente da República cumprimentou apoiadores que se concentravam na região da Avenida Santos Dumont, na zona norte da cidade.
Depois de percorrer ruas, avenidas e estradas da região da capital paulista, Bolsonaro parou no meio da pista da Rodovia dos Bandeirantes, que estava bloqueada, subiu em uma moto e cumprimentou os participantes, que gritavam "mito" e, também, dirigiam apupos ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, um efetivo de 6 mil policiais realizou o esquema de segurança para o evento.
Obrigatoriedade das máscaras
Ao final da “motociata”, Bolsonaro falou a apoiadores que estavam concentrados em frente ao Monumento às Bandeiras, na região do Ibirapuera. O presidente estava acompanhado de alguns ministros em cima do carro de som. Estavam ao lado dele Ricardo Salles, do Meio Ambiente, Tarcísio Gomes de Freitas, da Infraestrutura, e Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia.
Em meio a críticas às medidas de restrição de circulação tomadas por prefeitos e governadores, especialmente o paulista João Dória, Bolsonaro voltou a falar que propôs ao ministro da Saúde que “estude a possibilidade, levando-se em conta a ciência, se podemos ou não sugerir a não obrigatoriedade de máscaras para quem já contraiu o vírus ou para quem já foi vacinado”.
O presidente da República ainda declarou que, “quem porventura for contra essa proposta, é porque não acredita na ciência”.
Documento do TCU e tratamento precoce
Ainda no discurso, Bolsonaro voltou a defender a tese de que houve uma super notificação de casos e mortes por Covid no Brasil. “Quem aqui nunca viu, nunca ficou sabendo de pessoas que reclamaram que seu ente querido faleceu de outra doença e quiseram botar, ou botaram, na certidão de óbito, a Covid?”
O presidente voltou a fazer referência a um documento extraoficial, feito por um auditor do Tribunal de Contas da União, que tratou do assunto. O relatório foi desqualificado pelo TCU, que não o reconheceu.
“Deixo claro o documento produzido pelo TCU, onde ele, apesar de não ser conclusivo, é bastante objetivo, que o critério usado por governadores para buscar recursos no governo era o número de óbitos por Covid. Houve sim, pelo o que tudo indica, super notificação de casos de Covid”, declarou o presidente da República.
Na sequência, Bolsonaro afirmou que, caso seja comprovada a super notificação, o Brasil passaria a ser “um dos países com o menor índice de mortes por milhão de habitantes”, o que, segundo ele, seria explicado pelo uso do tratamento precoce.
“Eu fui acometido de Covid e tomei hidroxicloroquina. No dia seguinte estava curado”, afirmou.
Bolsonaro multado
Em nota, o Governo do Estado de São Paulo informou que o presidente da República, o filho dele, deputado federal Eduardo Bolsonaro, e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram autuados por não estarem utilizando máscaras de proteção durante a manifestação.
O valor da multa é de R$ 552,71 para cada um deles. O governo paulista informou que o documento endereçado às três autoridades "pontua a necessidade da manutenção das medidas preventivas já conhecidas e preconizadas pelas autoridades sanitárias internacionais".
O uso de máscaras é obrigatório no estado de São Paulo desde maio de 2020.
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