O governo federal lançou um programa com objetivo de aumentar a produtividade de micro, pequenas e médias empresas que atuam nos setores de comércio, serviços e indústria. Trata-se do Brasil Mais, uma versão ampliada do Brasil Mais Produtivo, lançado em fase piloto em abril de 2016. O decreto que institui o programa foi assinado nesta terça-feira (18) pelo presidente Jair Bolsonaro.
As empresas participantes serão capacitadas pelo Sebrae ou pelo Senai sobre metodologias e ferramentas de baixo custo voltadas para melhorar a capacidade de gestão e de produção, para reduzir o desperdício e para aprimorar processos de produção e atendimento em um cenário de transformação digital. A previsão é atender 200 mil pequenos negócios até 2022.
O lançamento do programa Brasil Mais previa uma cerimônia no Palácio do Planalto, mas o evento foi cancelado em cima da hora, quando empresários e integrantes do Sistema S já formavam fila para entrar no Planalto. Segundo o porta-voz da presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro precisou se reunir com ministros para finalizar a proposta de reforma administrativa a ser enviada ao Congresso. O presidente acabou por assinar o decreto nesta reunião, a portas fechadas.
Segundo o material de divulgação do programa, o objetivo é fazer com que as pequenas empresas consigam reduzir desperdícios, aumentar a produtividade e melhorar processos e custos. O governo também espera que as empresas adotem uma gestão baseada em indicadores e, assim, melhorem seu posicionamento no mercado e aumentem suas vendas.
O programa terá investimento em torno de R$ 1 bilhão, segundo informou Rêgo Barros. Será o segundo maior programa do mundo destinado a aumentar a produtividade de micro, pequenas e médias empresas, ainda de acordo com o porta-voz.
Quem pode participar
Poderão participar do programa Brasil Mais indústrias que tenham de 11 a 499 funcionários. Elas serão capacitadas por consultores do Senai. Parte do programa será realizado em grupos de seis a oito empresas e parte com consultorias individuais especializadas. A metodologia empregada será a da manufatura enxuta. Serão 1,3 mil consultores atuando em todo território nacional, além de professores e tutores dos cursos de capacitação, online e presenciais, e equipes de suporte.
Já as micro e pequenas empresas que atuam nos setores de comércio e serviços serão capacitadas pela equipe do Sebrae. O órgão vai oferecer orientação técnica e consultorias individuais para que os clientes aperfeiçoem habilidades e práticas gerenciais. Serão 1,1 mil agentes atuando em todo o Brasil em parceria com o CNPq. Podem participar os negócios que têm uma receita bruta de até R$ 4,8 milhões.
Para participar do programa, as empresas interessadas devem se cadastrar por meio do portal https://brasilmais.economia.gov.br/. No cadastro, as empresas precisam responder a um questionário. Esse questionário avaliará o grau de maturidade, de produtividade e de gestão. Somente empresas que atendem aos requisitos de setor e de funcionários/receita serão classificadas. Uma vez aprovada, a empresa será encaminhada para o atendimento assistido de um dos parceiros do Brasil Mais: Sebrae ou Senai.
Custo do Brasil Mais
O programa será custeado pelo Sebrae, Senai e pelas empresas participantes. A capacitação terá duração de três a seis meses e a taxa de participação vai variar conforme cada tipo de empresa e também se a empresa participará de todas as fases ou não.
Na fase 1 do eixo de Melhores Práticas Produtivas, as empresas pagarão uma taxa de R$ 2,4 mil, que é o custo de 16 horas de consultoria individual. Na fase da digitalização, o custo será de R$ 6 mil, correspondentes a 40 horas de consultorias oferecidas pelo Senai, acrescidos dos custos dos sensores e do sistema de monitoramento on-line, a ser definido. No eixo de Melhores Práticas Gerenciais, o atendimento, prestado pelo Sebrae, terá como contrapartida das empresas cerca de R$ 1,2 mil, valor que pode variar de acordo com o tipo de consultoria necessário para cada empresa.
As fases do programa
A primeira etapa do programa Brasil Mais é a otimização, com as consultorias para que as empresas melhores suas práticas de gestão e aumentem a produtividade ao adotar práticas modernas de baixo custo. Batizada de transformação digital, a segunda etapa tem como objetivo o suporte às empresas para aperfeiçoar processos produtivos e gerenciais.
Para as indústrias que tiverem bons resultados na primeira e segunda fases, o programa prevê uma terceira fase dedicada a acelerar a adoção de tecnologias da indústria 4.0. Para essa última fase, em 2020, serão realizados projetos pilotos com o objetivo de testar a metodologia proposta. Após a validação desse processo, o método será aplicado em um número maior de empresas.
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