Ex-ministro da Cultura questionará na Justiça escolha de Bolsonaro para o Iphan
| Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados

O deputado federal e ex-ministro da Cultura Marcelo Calero (Cidadania-RJ) vai à Justiça contra a nomeação do arquiteto mineiro Flávio de Paula Moura a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A escolha ainda não foi publicada no Diário Oficial da União, mas foi confirmada ao jornal O Estado de S. Paulo pela Secretaria Especial de Cultura. Segundo Calero, o arquiteto não apresenta o currículo necessário para ocupar a presidência de um órgão de "alta exigência técnica". Moura, de 50 anos, formou-se em arquitetura em 2011 e destaca no currículo ter atuado junto a sua mãe como "colaborador na gestão de obras de restauro, pesquisa histórica e levantamento cadastral". Ele é filho de Gislaine Randaso Teixeira Moura, ex-diretora do Centro de Restauração e Conservação da Escola de Belas Artes da UFMG. Para Calero, comandar o Iphan exige conhecimento técnico para lidar com "interesses poderosos". Em 2016 ele pediu demissão do cargo de ministro da Cultura do ex-presidente Michel Temer (MDB) alegando pressões do ex-ministro Geddel Vieira Lima para que o Iphan aprovasse um projeto imobiliário em área tombada de Salvador. Geddel havia comprado uma unidade habitacional no prédio.