A Justiça Federal em São Paulo absolveu o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) pelo suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina da J&F. A decisão foi assinada nesta quarta-feira (9) pelo juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Federal Criminal. O processo foi aberto após a Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolar uma denúncia contra o parlamentar em 2017. Na época, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão de Aécio.
"A conduta típica descrita na denúncia não existiu no mundo fenomênico. Em outras palavras, está provada a inexistência do crime de corrupção passiva narrado pela PGR", escreveu o juiz na decisão. No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou "não ter dúvidas" de que houve corrupção ao apresentar as alegações finais.
Segundo a denúncia, o parlamentar teria recebido o dinheiro para atuar em favor da JBS, empresa de Joesley Batista. A decisão também beneficia a irmã do deputado, Andrea Neves, o primo deles, Frederico Pacheco de Medeiros, e o ex-assessor parlamentar Mendherson Souza Lima. "Ruiu o castelo de uma grande farsa, que alimentou o clamor público e fez muito mal à justiça", declarou Fábio Tofic Simantob, sócio fundador do Tofic Simantob, Perez e Ortiz, escritório responsável pela defesa de Andrea Neves.