O Ministério Público Federal (MPF) da Paraíba abriu nesta terça-feira (14) uma investigação preliminar contra Antônio Cristóvão Neto, o Queiroguinha, filho do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O órgão irá apurar se o filho do ministro cometeu suposto tráfico de influência e usurpação de função pública. A representação foi protocolada por parlamentares da oposição.
No início deste mês, reportagem do jornal O Globo mostrou que Queiroguinha, apesar de não ter vínculo com a pasta, tem falado em nome do ministério e teria prometido intermediar encontros de prefeitos com o pai. A ação cita as reportagens d'O Globo sobre o tema. O filho do ministro é estudante de medicina, tem 23 anos e se lançou como pré-candidato a deputado federal pelo PL da Paraíba, partido do presidente Jair Bolsonaro.
"A denúncia foi analisada pelo procurador distribuidor, que determinou a instauração de notícia de fato e respectiva distribuição para ser apurada. De início, o suposto fato deve ser averiguado por gabinete com atuação criminal geral, o qual avaliará o cabimento de eventual encaminhamento à Procuradoria Regional Eleitoral", diz a nota do MPF. Os parlamentares também solicitaram informações e documentos a ministérios e prefeituras sobre o caso.
“Observando os fatos à luz de eventual incidência delitual, cumpre averiguar o comparecimento de Queiroguinha em eventos da pasta do Ministério da Saúde, representando seu pai, o atual Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, bem como sua autointitulação como membro do Poder Executivo, haja vista que Queiroguinha, sequer exerce qualquer função pública que o faça competente para esta substituição ou qualificação”, diz o documento apresentado pelos parlamentares.
Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu um pedido do PSB para que o ministro da Saúde seja investigado por suspeita de improbidade administrativa e infração à legislação eleitoral pela atuação de seu filho.
A denúncia é assinada pelos senadores petistas Paulo Rocha (PA), Humberto Costa (PE), Fabiano Contarato (ES), Jaques Wagner (BA), Jean Paul Prates (RN) e Rogério Carvalho (SE), pela senadora Zenaide Maia (Pros-RN) e pelos deputados do PT Erika Kokay (DF), Henrique Fontana (PR) e Jorge Solla (BA), e Alexandre Padilha (SP).