O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo pediu a condenação e a perda do mandato do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) por suposto recebimento de R$ 2 milhões em propina do então presidente da J&F, Joesley Batista. Na época, Aécio era senador. O MPF apresentou as alegações finais na ação. Segundo a denúncia, o parlamentar teria recebido o dinheiro em 2017 para atuar em favor da JBS, empresa Batista, no Congresso.
O deputado afirma que o valor não era propina, mas um empréstimo que pediu ao empresário. O MPF acusa Aécio de ter cometido crime de corrupção passiva e recebeu vantagem indevida. A Procuradoria pede também que os R$ 2 milhões sejam devolvidos e que sejam pagos R$ 4 milhões a título de reparação dos danos morais.
Em nota, a defesa de Aécio afirmou que o MPF "surpreendentemente, ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude envolvendo o empréstimo feito ao Deputado que, segundo eles próprios, não teve qualquer contrapartida. As provas deixaram clara a inexistência de qualquer crime e a defesa aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário".
Também são réus na ação a irmã de Aécio, Andrea Neves; o primo dele, Frederico Pacheco de Medeiros, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do então senador Zezé Perrella.