Trocas de mensagens indicando pedidos de depósitos bancários feitos pelo senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), que era líder do governo no Congresso, a um empresário foram encontradas pela Polícia Federal em um celular durante a Operação Lavanderia. O senador negou a ocorrência de qualquer irregularidade e disse que fez pedidos de empréstimos ao amigo. O empresário foi alvo da operação da PF que investiga suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins. As informações são do jornal O Globo, que publicou prints da conversa entre os dois.
As mensagens seriam do período que vai de 2016 e 2020, segundo a reportagem, e os pedidos de depósitos somaram R$ 760 mil no total. Ainda de acordo com o jornal, o mesmo empresário pediu ajuda ao senador para adiar uma portaria do Inmetro, em 2019, que envolvia mudanças nas especificações de luminárias em iluminação pública no Brasil - um dos setores de atuação do amigo de Gomes.
Ao encontrar a troca de mensagens envolvendo um parlamentar, que tem prerrogativa de foro privilegiado, a PF enviou relatório à 4ª Vara Federal do Tocantins, em 11 de julho de 2022, e solicitou o envio do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Há, por fim, diversas conversas entre Jorge e o senador Eduardo Gomes, indicando que [o empresário] aparentemente paga contas para o senador e lhe envia dinheiro, assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”, diz um trecho do relatório da PF publicado por O Globo. Os depósitos seriam feitos em uma conta indicada pelo senador, que pertenceria a um assessor dele.