A Polícia Federal chegou no final da tarde desta quarta-feira (30) à Câmara dos Deputados para tentar cumprir a ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para colocar tornozeleira eletrônica no deputado Daniel Silveira (União-RJ). O superintendente da PF do Distrito Federal foi pessoalmente protocolar na presidência da Casa Legislativa o pedido para cumprir a ordem dentro da Câmara. Agora, a PF depende da autorização para cumprir a medida.
Silveira já afirmou que não aceitará a medida cautelar e por isso não deixará as dependências da Câmara, onde dormiu na última noite. Mais cedo, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), defendeu a inviolabilidade do plenário, mas criticou o uso midiático das dependências pelo deputado. Lira pressionou o STF a analisar a ação contra o deputado, e a Corte marcou o julgamento para o dia 20 de abril.
O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PSD-AM), reforçou nesta tarde que o plenário da Casa é um "ambiente inviolável" e, por isso, a PF não tem autorização para cumprir ordens judiciais no espaço. "A posição da Mesa da Câmara é a posição emitida pelo presidente Arthur Lira e ela parte de duas premissas: a primeira premissa é que o plenário da Câmara dos Deputados é o ambiente inviolável do sistema democrático e portanto nenhuma decisão judicial será cumprida dentro do espaço do plenário da Câmara dos Deputados", afirmou Ramos antes de falar com o delegado da PF.