O governador Ronaldo Caiado (União-GO), de Goiás, diz que as eleições municipais de 2024 revelaram um cansaço da população com o estilo político de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados de, supostamente, tentar impor sua vontade acima à dos outros. E confirmou que irá disputar a presidência da República em 2026 com ou sem o antigo aliado.
Caiado saiu vitorioso na eleição da capital goiana com a eleição de virada de Sandro Mabel (União-GO) no domingo (27) com 55% dos votos, derrotando Fred Rodrigues (PL) a quem o novo prefeito eleito chamou de “presente de grego” de Bolsonaro.
“Ele foi extremamente desrespeitoso e deselegante. Para ganhar uma eleição é preciso que entenda a vontade da população. Não é impor o número e achar que a população não vai ver as qualificações da pessoa. Eles achavam que bastava lançar 22 e seria eleito, nós demonstramos que não”, disse Caiado em entrevista à Folha de S. Paulo publicada na segunda (28).
Ronaldo Caiado ainda afirmou que o fato de Bolsonaro e o PL não terem eleito as tantas prefeituras como pretendiam – chegou a se estimar em torno de mil – é um reflexo do que seria uma visão da população sobre a forma de fazer política.
“Eu diria que [a população] está cansada do extremismo. [...] Ninguém nega a liderança do Bolsonaro, mas a liderança dele tinha também de admitir que ele não poderia criar circunstâncias políticas locais sem sentar com os líderes, com os governadores aliados, e construir entendimentos e candidaturas que pudessem ser as grandes vitoriosas nesse processo”, pontuou.
O governador diz que chegou a procurar Bolsonaro para fazer um “grande acordo” com seu partido – União Brasil –, com o PL, PP e Republicanos para a disputa em cidades goianas. No entanto, afirma que foi “surpreendido” com o antigo aliado “vindo aqui e lançando candidato na maioria das cidades sem sequer eu ser ouvido”.
“Não se faz política dessa maneira”, disparou.
Por outro lado, Caiado negou que a eleição deste ano tenha provocado um racha na direita, mas afirmou que é preciso construir consensos sem levar para o “extremismo”. “Eu não sou um homem extremado. Sou um mediador. Só que eu converso com as pessoas. Você não governa sozinho”, emendou em uma entrevista ao Estadão.
2026 com ou sem Bolsonaro
Ronaldo Caiado ainda confirmou a intenção de disputar a presidência da República em 2026, o que significa deixar a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O cidadão não quer se comprometer em 2026 para perder novamente uma eleição por Lula”, pontuou.
"Que eu serei candidato no primeiro turno, serei. E vou trabalhar muito para chegar no segundo. Modéstia à parte, acho que mereço essa chance. Sem desmerecer os meus colegas que sairão também. Nós temos aí a melhor safra de governador, Tarcísio [de Freitas, Republicanos-SP], [Romeu] Zema [Novo-MG], Ratinho Jr. [PSD-PR], Eduardo Leite [PSDB-RS] e tantos outros colegas que poderão se lançar"
Sem apoio recíproco
Caiado ainda sinalizou uma possível reconciliação com Bolsonaro para 2026, mas deixou claro que a decisão cabe mais ao ex-presidente. Embora tenha o apoiado em campanhas anteriores, o governador afirma que Bolsonaro nunca ofereceu o mesmo de volta.
“Ele é que nunca me ajudou. Sempre lançou o candidato contra mim, certo? Agora, eu sairei candidato a presidente da República em 2026 pelo União Brasil”, pontuou.
Caiado, por sua vez, planeja buscar uma aliança mais ampla e viável, que dialogue com a sociedade em geral. Ele diz que será candidado “defendendo aquilo que eu acho, sem nenhuma intransigência, sem nenhum radicalismo, sem ser dono da verdade. É preciso respeitar o diálogo e construir projetos com a colaboração de todos”.
“Eu acho que na eleição de 2026, que a sociedade espera é exatamente sair desse extremismo da política e trazer o equilíbrio para a eleição”, completou.
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