A ministra Cármen Lúcia, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmou nesta quinta (14) que o Judiciário seguirá a rotina normal de sessões um dia após as explosões nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional.
Pouco depois, o próprio STF confirmou que a sessão de julgamento marcada para a tarde está mantida, mas com acesso restrito a advogados das partes e a imprensa previamente credenciada. “Todos serão submetidos a rigorosos procedimentos de segurança”, disse a Corte.
“Graves acontecimentos não comprometem o que é mais sério e de nossa responsabilidade, que é trabalhar para que a democracia brasileira se sustente, como vem se sustentando, em qualquer tipo de adversação que possa, de alguma forma, abalar a sua estrutura e dinâmica”, disse Cármen Lúcia durante a sessão da manhã do TSE.
Ela afirmou que o Brasil “foi dormir preocupado”, mas que os cidadãos amanheceram “ocupados” para manter suas funções e garantir “continuidade, estável, segura e contínua das instituições democráticas”.
“Damos continuidade aos nossos trabalhos com a mesma tranquilidade, destemor, e principalmente comprometimento com a democracia brasileira”, ressaltou.
Apesar das explosões, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, decidiu manter os trabalhos nesta quinta (14) a partir das 13h.
“O prédio principal do Tribunal foi submetido nesta manhã à vistoria e varredura por agentes da Polícia Federal e do BOPE da Polícia Militar como medida de cautela. Desde a madrugada, o Tribunal está cercado com gradis e controle de acesso desde o estacionamento do panteão até o estacionamento da Câmara, medida que será mantida por prazo indeterminado”, completou a Corte em nota.
Entre os julgamentos confirmados pelo STF para a sessão das 14h está a retomada da análise do recurso da defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello na ação envolvendo a BR Distribuidora, em que pede redução da pena.
Ainda na manhã desta quinta (14), o ministro Alexandre de Moraes, que relatará na Corte o inquérito aberto pela Polícia Federal para apurar as explosões, afirmou que “não é um fato isolado” e o comparou aos atos de 8 de janeiro de 2023.
“É um contexto que se iniciou lá atrás quando o famoso ‘gabinete do ódio’ começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o STF principalmente, contra a autonomia do Judiciário e contra os ministros e familiares de cada um”, disse Moraes durante um evento em Brasília.
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