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PF deve avaliar acareação

Caso Master: Depoimentos de Vorcaro e ex-presidente do BRB têm contradições

Caso Master: Depoimentos de Vorcaro e ex-presidente do BRB têm contradições
Caso as contradições sejam confirmadas, a PF pode determinar uma acareação para confrontar fatos sobre a operação envolvendo o Banco Master. (Foto: Antonio Augusto/SCO/STF)

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Os depoimentos do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e do ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, à Polícia Federal apresentaram informações contraditórias. Vorcaro foi ouvido por quase três horas na tarde desta terça-feira (30).

Em seguida, Costa foi chamado para prestar esclarecimentos. O depoimento do ex-presidente do BRB terminou pouco antes das 20h. Agora, o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, será ouvido. Ele é o único dos três que não é investigado. A informação foi divulgada pelo Estadão/Broadcast.

Caso as divergências sejam confirmadas, a delegada Janaína Palazzo poderá determinar uma acareação entre Vorcaro, Costa e Santos. Inicialmente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, relator do caso, determinou que a acareação fosse feita diretamente, sem necessidade de oitiva prévia.

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No entanto, Toffoli recuou e decidiu que a PF deveria decidir sobre o confronto das versões dos depoentes. A mudança no procedimento foi informada por meio de nota na noite desta segunda (29).

O juiz auxiliar do gabinete do ministro, Carlos Vieira Von Adamek, acompanha as oitivas. Adamek acionou Toffoli durante a audiência após discordar da delegada da PF. (Veja abaixo)

Os depoimentos estão ligados à tentativa de venda do Banco Master ao BRB, instituição estatal do Distrito Federal. A operação foi anunciada em março, mas foi vetada pelo Banco Central em setembro.

Vorcaro chegou a ser preso preventivamente entre os dias 17 e 29 de novembro. Ele foi solto mediante restrições, como uso tornozeleira eletrônica e apreeensão do passaporte. Em 18 de novembro, o BC decretou a liquidação extrajudicial do banco em razão das suspeitas de operações fraudulentas que somam cerca de R$ 12 bilhões.

A investigação tramitava na Justiça Federal, mas "subiu" para o STF após os investigadores encontrarem um documento que citava o deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA). Toffoli assumiu a relatoria do caso e decretou sigilo elevado no processo. A liquidação do Master também é investigada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Embate entre delegada da PF e juiz auxiliar de Toffoli

A delegada da Polícia Federal Janaína Palazzo, responsável pela investigação sobre o Banco Master, e o juiz auxiliar Carlos Vieira Von Adamek teriam discordado sobre a condução dos depoimentos, segundo apuração do Estadão.

Palazzo queria fazer valer a decisão oficial do relator, que havia determinado a acareação entre os depoentes, já que o recuo de Toffoli foi informado por meio de nota e não em um despacho. Adamek ligou para o ministro e relatou a decisão da delegada.

Por telefone, Toffoli ordenou que os depoimentos fossem tomados antes de uma eventual acareação. Além disso, o juiz auxiliar entregou uma lista com as perguntas que deveriam ser feitas pela delegada.

De acordo com o Estadão, a delegada destacou que caberia à PF conduzir os depoimentos e não ao STF. Os dois teriam discutido e Adamek voltou a ligar para Toffoli, que mandou Palazzo fazer as perguntas.

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