Ao conceder entrevista após a primeira parte do depoimento do sargento Luis Marcos dos Reis à CPMI do 8 de janeiro, na última quinta-feira (24), a relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que pedirá a quebra do sigilo bancário do militar. Reis integrava a equipe de Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e era subordinado ao tenente-coronel Mauro Cid.
Para a senadora, o sargento não conseguiu justificar todas as movimentações financeiras identificadas em um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). De acordo com o Coaf, Reis teria movimentado cerca de R$ 3,3 milhões em 15 meses.
Entre as movimentações, foram identificadas transferências para Mauro Cid que somavam 81 mil. Segundo comprovantes apresentados por Reis à Comissão, os valores são referentes à venda de um carro.
Em seu depoimento, Reis também disse que parte do dinheiro teria sido obtido através de um “consórcio de amigos”. A relatora classificou a movimentação como “agiotagem”.
“Há muita movimentação financeira que ele até tentou, em algum momento, apresentar algumas justificativas, mas que na verdade não são compatíveis. Em função disso, como nós temos apenas o RIF dele, estamos solicitando também a quebra do sigilo bancário”, disse a senadora.
O sargento Luis Marcos dos Reis negou qualquer movimentação financeira irregular.
A expectativa de Eliziane Gama é de que o requerimento sobre a quebra de sigilo bancário seja apreciado na próxima sessão deliberativa.
Apesar de o requerimento da CPMI citar a movimentação financeira como justificativa para a convocação do sargento, a oitiva girou em torno de acusações sobre o suposto envolvimento do militar com os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro.
Reis está preso desde maio deste ano acusado de participar de um suposto esquema de falsificação dos cartões de vacina do ex-presidente Bolsonaro e pessoas próximas.
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