Após o atentado contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parte da esquerda brasileira encampou teorias que alegam montagem e uso político do episódio. O fato de o caso ainda estar sob investigação não tem impedido que nomes da esquerda questionem vídeos que mostram o ataque e a reação do ex-presidente.
Conhecido pelas denúncias de “rachadinha” e por admitir o uso de mentiras contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, o deputado federal André Janones (Avante-MG) debochou do atentado contra Trump e comparou o ato à facada sofrida por Bolsonaro, em 2018, sugerindo que as duas ações teriam sido fabricadas para favorecê-los.
“Agora sabemos o que o miliciano foi fazer nos EUA assim que deixou a presidência. É a “fakeada” fazendo escola”, escreveu o parlamentar no X. Logo em seguida, acrescentou: “Pelos menos dessa vez lembraram de providenciar o ‘sangue’.”
Ainda no domingo, pelas redes sociais, o deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE) disse que o caso será utilizado politicamente por Trump e publicou uma foto sugerindo uma comparação com o atentado contra Bolsonaro.
“Ainda estão apurando. Se realmente tiver sido um atentado, alguma dúvida de que farão uso político disso?”, escreveu o parlamentar no X.
Em seguida, o deputado fez outra publicação chamando o criminoso que efetuou os disparos de “jovem” e levantando dúvidas sobre as motivações do crime.
“Repudiar, sim! Mas também não esquecer que o jovem que efetuou os disparos no atentado era filiado ao partido de Trump e tinha um canal no Youtube sobre armas. Ou seja, aquele rapaz era formado pelas ideias da extrema direita, difundidas pelo próprio Trump”, escreveu o deputado no X.
O deputado e vice-líder do governo Lula no Congresso, Bohn Gass (PT-RS), questionou a postura de Trump após o ataque.
“Chama atenção o fato de, após ter sido alvo de um tiro que teria atingido de raspão sua orelha, Trump ter aparecido de peito aberto e punho erguido, totalmente desprotegido. Falha da segurança. Essa constatação, contudo, não muda o que penso: atentados são inaceitáveis”, escreveu o petista no X.
A pré-candidata a vereadora no Rio de Janeiro (RJ) e feministra, Beta Bastos (PSB-RJ), questionou a postura da segurança de Trump ao comparar o ocorrido com um episódio de ameaça de atentado durante comício de campanha em 2016.
“O ano era 2016, Trump estava fazendo campanha em um comício em Nevada, e foi retirado do palco pelos agentes do Serviço Secreto por ameaça de atentado.
Olhem como os agentes o levam bem protegido e como Trump corre para se esconder. Hoje foi bem diferente, né? [...] Entre facadas e tiros a luta contra a extrema direita continua”, escreveu Bastos no X.
Citado por delatores da extinta Operação Lava Jato, o ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Ricardo Berzoini (PT-SP), compartilhou em suas redes sociais teorias que alegam falsidade no atentado contra Trump e repetiu a narrativa de montagem da facada em Bolsonaro.
“Acreditar no ‘atentado’ contra Trump é o mesmo que crer na facada (fake ada) de Juiz de Fora em 2018. Foi uma encenação mal ensaiada. O golpista fascista quer derrotar o genocida do povo palestino com essa canastrice?” escreveu Berzoini no X.
A exemplo de outros jornais do país, o site esquerdista Brasil 247 tem tratado o caso como “suposto atentado” contra Trump.
O jornal também fez comparações jocosas entre o ataque a Trump, nos EUA, e a tentativa de assassinado contra Bolsonaro, em 2018, durante evento de campanha em Minas Gerais.
Em uma publicação no X, o Brasil 247 compartilhou uma charge em que Trump aparece sem camisa com um zíper do lado direito da barriga em referência à facada dada em Bolsonaro por um ex-militante da esquerda.
Nem o youtuber lulista, Felipe Neto, foi poupado pelo Brasil 247. Neto foi atingido pelo “fogo amigo” após criticar perfis que levantaram dúvidas sobre a facada em Bolsonaro.
Segundo o Brasil 247, Neto age com “ignorância” e “deveria se informar melhor”.
O advogado petista, Antonio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, chamou o atentado de “facada 2” em referência à tentativa de assassinato a Bolsonaro.
"É muito cedo para avaliar o tiro na orelha do Trump. Podemos, por enquanto, afirmar que Adélio Bispo está preso e não pode ser considerado suspeito do 'atentado'. A facada dois é uma hipótese a ser considerada, mas com outro participante. Resta registrar que a facada 1 não teve sangue, algo surpreendente. Agora, nos EUA, na matriz, a 'facada 2' resultou em um sangue na orelha", disse Kakay.
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