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A futura chanceler argentina, Diana Mondino, se encontrou com Mauro Vieira em Brasília neste domingo.
A futura chanceler argentina, Diana Mondino, se encontrou com Mauro Vieira em Brasília neste domingo.| Foto: Itamaraty/X

Diana Mondino, escolhida por Javier Milei para chefiar a diplomacia argentina a partir de 10 de dezembro, elegeu o Brasil para sua primeira viagem internacional após a confirmação do seu nome como integrante do futuro governo argentino. Ela chegou a Brasília neste domingo para um encontro com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira. O principal objetivo é aparar arestas entre o governo Lula e o futuro governo Milei e não prejudicar as relações bilaterais.

A viagem, segundo o jornal Valor Econômico, foi preparada em segredo e articulada pelo embaixador brasileiro em Buenos Aires, Julio Bitelli, e pelo embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli. Apesar de Scioli estar ligado ao peronismo de esquerda – foi vice-presidente durante o governo de Néstor Kirchner e disputou a presidência em 2015 pelos peronistas, quando foi derrotado por Mauricio Macri –, ele também tem boas relações com membros do gabinete de Milei e não deve ser substituído. Na sexta-feira, Scioli já tinha se encontrado com o assessor especial para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, enquanto Bitelli também já havia tido contato com Mondino.

Um objetivo imediato desta primeira conversa entre Vieira e Mondino é convencer Lula a ir a Buenos Aires para a posse de Milei, em 10 de dezembro. Após a vitória de Milei no segundo turno, em 19 de novembro, setores do petismo defenderam que Lula nem chegasse a telefonar ao presidente eleito, que durante a campanha havia chamado o petista de “comunista e corrupto”. Além disso, o convite de Milei para que Jair Bolsonaro esteja na posse (e que foi aceito pelo ex-presidente brasileiro) também foi malvisto no governo brasileiro.

O futuro do relacionamento entre Brasil e Argentina preocupa especialmente o setor produtivo. Na segunda-feira, um foro empresarial contará com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da União Industrial Argentina (UIA). Empresários dos dois lados da fronteira temem que as divergências ideológicas entre Lula e Milei transbordem para as relações de negócios entre os dois países, e a visita da futura chanceler argentina também teria o objetivo de transmitir tranquilidade aos empresários de Brasil e Argentina.

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