O dólar à vista encerrou esta sexta-feira (21) cotado a R$ 5,4413 na venda, em baixa de 0,38%. O resultado foi puxado por ajustes técnicos após os avanços mais recentes. No entanto, a divisa norte-americana registrou a quinta semana consecutiva de elevação ante o real.
As cotações refletem o desconforto dos investidores com o cenário fiscal e com declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o Banco Central. Nesta semana, o dólar acumulou alta de 1,12%. Em 2024, a moeda norte-americana já acumula elevação de 12,15%.
Na quinta (20), o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,4618 na venda, em alta de 0,39%, atingindo a maior cotação de fechamento desde 22 de julho de 2022, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ibovespa fecha em alta
O Ibovespa fechou em alta nesta sexta (21), confirmando o primeiro ganho semanal desde meados de maio. Entre os destaques positivos estão a Localiza e a Sabesp, na iminência da oferta de ações que privatizará a companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa terminou o dia com aumento de 0,74%, a 121.341,13 pontos. Durante o pregão, oscilou entre 120.061,04 pontos na mínima e 121.580,05 pontos na máxima, acumulando na semana ganho de 1,4%. O volume financeiro somou R$ 30,3 bilhões.
Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, o Ibovespa descolou de Nova York nesta sessão, em movimento técnico de vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista. Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em queda de 0,16%.
Apesar da alta no acumulado da semana, Chinchila considerou que a semana foi "um pouco mais travada", com investidores ainda "bem cautelosos com as questões fiscais, troca de presidente do Banco Central e incômodo com alta do dólar que pode pressionar inflação à frente".
Lula reforça críticas a Campos Neto
Mais cedo, Lula disse que o "nervosismo especulativo" em relação ao dólar – que tem subido, entre outras razões, por preocupações fiscais – não vai afetar a economia brasileira. E voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
“O presidente do Banco Central é um adversário político, ideológico e adversário do modelo de governança que nós fazemos. Ele foi indicado pelo governo anterior e faz questão de dar demonstração de que não está preocupado com a nossa governança, ele está preocupado é com o que ele se comprometeu”, disse o petista em entrevista à rádio Mirante News, de São Luís (MA).
Na próxima semana, uns dos destaques da agenda local será a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na quarta (19). O colegiado interrompeu o ciclo de cortes da Selic e decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 10,50% ao ano. Também em foco estarão o IPCA-15 de junho e o Relatório de Inflação do BC.
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