A ministra Nísia Trindade, da Saúde, confirmou nesta sexta (8) que a dengue já soma 1,3 milhão de casos confirmados e suspeitos em todo o país, com 343 mortes. Outras 775 estão sob investigação. Dos mais de 1,3 milhão de casos, 601,7 mil estão confirmados e 716,5 mil são apontados como “prováveis”.
Ainda segundo a pasta, a maior incidência de dengue no país ainda é no Distrito Federal, com 4.310,6 para cada grupo de 100 mil habitantes, seguido por Minas Gerais (2.199,4), Espírito Santo (1.270,5), Paraná (1.109,2) e Goiás (1.090,4). Segundo o Painel de Arboviroses do ministério, a epidemia já atinge 9 estados, englobando também o Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.
Já em números absolutos de casos, Minas lidera com 451,7 mil, seguido por São Paulo (235,4 mil) e Paraná (126,9 mil).
Nísia Trindade explicou ainda que o ministério já distribuiu 1,2 milhão de doses da vacina contra a dengue, sendo 250 mil aplicadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e 115 mil em clínicas particulares. A quantidade, no entanto, chega a apenas 20% e ocorre por conta da demora dos municípios em atualizarem a aplicação no sistema da pasta – que pode levar até 2 meses.
Apesar da baixa quantidade de aplicações, Nísia Trindade considera que está "dentro do previsto" pela pasta por não haver uma campanha de vacinação em massa em vigor. A meta para o ano é vacinar 3,2 milhões de pessoas, com 6,5 milhões de doses – em princípio apenas para a faixa etária entre 10 e 14 anos, que representa a maior quantidade de pessoas hospitalizadas.
"As recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foram totalmente seguidas nas nossas orientações como é o caso da definição da faixa de 10 a 14 anos, num contexto de escassez da vacina dada às limitações de produção da Takeda [fabricante da Qdenga]", explicou.
Também é preciso levar em conta, diz o ministério, que os lotes da vacina não foram entregues de uma só vez, e que os municípios e estados iniciou a vacinação em datas diferentes uns dos outros. O que pode ocorrer eventualmente, disse, é ampliar o número de municípios contemplados com doses do imunizante – atualmente em 521 municípios.
Reações à vacina
Nísia Trindade explicou, durante a coletiva, que foram registrados 16 casos de reação à vacina da Qdenga aplicada na atual campanha de imunização -- 3 deles levaram a choque anafilático. Foram reações alérgicas que foram tratados, diz.
"São eventos que podem ocorrer no caso de vacinas e de medicamentos, mas que, no caso da vacinação da dengue, também há uma unanimidade da nossa área técnica e do comitê técnico assessor no sentido de que os benefícios representam muito mais do que riscos", disse.
De acordo com ela, os 16 "eventos" ocorreram em um universo de 365 mil doses aplicadas, com "reações de anafilaxia, ou reações alérgicas graves, e todas as pessoas foram recuperadas, passam bem".
Produção nacional de vacina contra a dengue
A ministra Nísia Trindade afirmou, ainda, que há a expectativa de se fechar em breve uma parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o laboratório Takeda para iniciar a produção da vacina Qdenga no Brasil. "Já estamos no caminho [...] em breve teremos anúncio e divulgação dos detalhes para que haja produção local", afirmou.
Nísia Trindade também afirmou que o ministério acompanha o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue pelo Instituto Butantan, que está em fase final de ensaios clínicos. "Nossa expectativa é que essa vacina, que será em uma única dose, quando aprovada pela Anvisa e quando passar pela nossa comissão de incorporação de tecnologias, seja uma resposta importante para essa proteção", completou.
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