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Centauro - Exército - tanque - blindado
Mais duas unidades do tanque chegam ao Brasil em maio| Foto: Divulgação/Iveco-Oto Melara (CIO)

O Brasil receberá mais dois carros de combate Centauro II em maio de 2024, somando quatro entregas de um total de 98 unidades que estão sendo adquiridas pelo Exército até 2031 ao preço total de R$ 5 bilhões. O veículo, produzido na Itália pela Iveco-Oto Melara (CIO, parceria entre as empresas Iveco e Leonardo), é considerado uma referência em blindados antitanque para uso em combate. Sua aquisição faz parte da renovação do arsenal brasileiro, por meio de um consórcio da força com a CIO. A compra ainda pode ser expandida para 211 blindados.

Conforme apurou a Gazeta do Povo com o Exército, os veículos que chegam em maio serão direcionados para o regimento de Santa Maria (RS), com o intuito de capacitar e promover o desenvolvimento de doutrina dos soldados do local. Ou seja, os militares vão aprender a usar o novo carro de combate. O planejamento estratégico da força prevê ainda que o ano de 2024 seja fechado com a entrega de nove Centauros.

Os primeiros dois exemplares do Centauro chegaram ao Brasil em 2022. Antes de serem incorporados ao arsenal brasileiro, uma equipe foi enviada à Itália para testar o veículo. A intenção era identificar possíveis adequações necessárias a serem feitas no tanque para responder às necessidades do Exército no Brasil. Alguns meses depois os veículos chegaram ao país.

O ciclo total de entregas deve ser encerrado em 2031 e os veículos serão enviados para todas as regiões do país.

Por que o Centauro é um caçador de tanques?

O Centauro é um caça tanque 8x8, de alto desenvolvimento tecnológico. Dotado de um canhão de 120 mm de longo alcance, o veículo pode resistir a tiros de até 40mm. Ele não é um tanque pesado como os que são usados nas guerras da Ucrânia ou de Israel (como os Leopard 2 e os Chalenger e os Merkava). O Centeuro II pois possui menos blindagem, não se desloca sobre lagartas, entre outros aspectos. Mas seu canhão de 120 mm é tão potente quando o dos tanques de guerra pesados.

Com um medidor digital interno da pressão dos pneus e sistemas de roda mais resistentes, a sua suspensão e a baixa pressão nominal no solo permitem que o Centauro se desvencilhe de qualquer tipo de terreno - e, principalmente, ele é mais rápido do que os tanques pesados.

Apesar de virem da Itália, assim como os dois primeiros que o Brasil já recebeu, os Centauros vão passar por ajustes pelo Exército, segundo apurou a Gazeta do Povo. Um exemplo dessa personalização vai ser a implementação de rádios Mallet para comando e controle do blindado. O equipamento de comunicação é produzido pela Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).

A ideia é que em alguns anos o Centauro possa substituir o blindado Cascavel, que é um blindado leve de reconhecimento, que deve ficar obsoleto nas próximas décadas. Além da aquisição dos novos veículos, o consórcio também abrange a produção da plataforma veicular e da torre do canhão em solo brasileiro.

A transferência tecnológica para a indústria brasileira permite a produção e apoio logístico ao Centauro em solo nacional. Dessa forma, o Exército espera que, a partir de 2027, o país já tenha autonomia para fazer a montagem do blindado no Brasil.

Exército brasileiro planeja atualização do arsenal

O Centauro II é considerado um dos melhores em sua categoria e a chegada ao arsenal do Exército mostra um salto tecnológico à força, que carecia de carros de combate modernos e potentes. Os blindados mais pesados, considerados tanques, que o Brasil possui em seu arsenal são da década de 1960. Eles são o alemão Leopard 1 e o americano M60.

O Leopard 1, produzido pelo consórcio das empresas Porsche, Rheinmetall e Borgward, chegou ao Brasil entre 1997 e 2000. Ele tem cerca de 42 toneladas e um canhão de 105mm.

Já o M60, produzido pela empresa norte-americana Detroit Arsenal Tank Plant, é um veículo sobre lagartas (sem rodas) que possui uma metralhadora .50 e blindagem de 290mm. Junto com o Leopard, o M60 é considerado um dos verdadeiros “tanques pesados” adquiridos pelo Exército brasileiro. Atualmente esses veículos são considerados obsoletos e por isso a necessidade de substituí-los por outros mais modernos.

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