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Judiciário

Fux estreia na Segunda Turma sob recados de Gilmar Mendes

Segunda Turma
Ministros discutiram nos bastidores de uma sessão e, durante leitura de voto de Gilmar, Fux saiu do plenário. (Foto: reprodução/Youtube TV Justiça)

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O ministro Luiz Fux estreou na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça (22) em uma sessão em que o decano Gilmar Mendes voltou a fazer críticas à Lava Jato e destacou o papel do colegiado na “defesa das garantias fundamentais”. Apesar dos elogios à trajetória de Fux, a fala de Gilmar Mendes foi vista como uma alfinetada ao novo integrante, que apoiou a operação.

“Vossa Excelência passa a integrar um colegiado cuja identidade jurisdicional foi forjada naquilo que o Supremo Tribunal Federal tem de mais sensível: a salvaguarda da liberdade”, declarou Gilmar Mendes, que preside a Turma.

O ministro também citou a decisão que declarou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nas ações envolvendo o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Gilmar Mendes disse que a Segunda Turma fez “mais que uma simples correção processual, foi o desnudamento de uma metodologia de subversão do sistema acusatório”.

“É assim, Ministro Fux, que a sua vinda a este Colegiado fá-lo herdeiro de uma tradição e de uma responsabilidade históricas de custodiar os princípios estruturantes da democracia constitucional brasileira”, afirmou.

Por fim, Gilmar Mendes elogiou Fux: "Sua reconhecida trajetória nesta Corte e toda a sua carreira na magistratura, além, é claro, de sua sólida produção acadêmica, são credenciais que o precedem e que o colocam plenamente à altura do desafio. Seja muito bem-vindo, ministro Luiz Fux”.

Fux respondeu dizendo que pediu a transferência para a Segunda Turma por "admirar as inovações, as jurisprudências e essa tutela das liberdades em geral, inclusive a liberdade de expressão".

"Essa importância que vossas excelências dão a precedentes, porque hoje é muito importante como instrumento de segurança jurídica, que é um reclamo inegociável da sociedade", completou.

Recentemente, o ministro Luiz Fux saiu do plenário do STF durante a leitura de um voto de Gilmar Mendes, em que o decano criticava a Lava Jato. Também houve relatos de bastidores na imprensa de que os dois teriam discutido após Fux pedir mais prazo para analisar um recurso do senador Sergio Moro (União-PR) no processo de calúnia envolvendo Gilmar Mendes.

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Fux deixou Primeira Turma após divergências no julgamento de Bolsonaro

Fux deixou a Primeira Turma da Corte em meados de outubro, em meio a divergências com os demais integrantes por ter sido o único a votar pela absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Conhecido por um perfil mais técnico, Fux pode alterar o equilíbrio de votos do grupo formado por, além de Gilmar, os ministros Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça.

A saída de Fux deixou a Primeira Turma desfalcada. O colegiado, responsável por julgar as ações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, ficou com quatro ministros: Alexandre de Moraes (relator destes processos), Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O indicado pelo presidente Lula para a vaga aberta pela aposentadoria de Luis Roberto Barroso poderá compor a Primeira Turma.

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