A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, saiu em defesa da indicação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o comando da Vale, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentar emplacar Mantega na sucessão. A companhia foi privatizada há quase três décadas, mas Lula faz questão de interferir em seus rumos.
De acordo com Gleisi, Mantega é "um dos brasileiros mais injustiçados de nossa época" e ressaltou o histórico do ex-ministros nos dois governos de Lula e no primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff como um ótimo exemplo para assumir o comando da Vale. Gleisi citou que Mantega conseguiu controlar a inflação na meta em todo o período, que "foi de 3,64% em 2007, a menor dos últimos 25 anos", entre tantos outros "avanços".
"Lembrando sempre que ele era o ministro da Fazenda quando o Brasil enfrentou, com mais sucesso do que qualquer outro país, a maior crise financeira global da história, em 2008 e 2009. Pouquíssimos brasileiros são tão qualificados quanto Guido Mantega para compor o Conselho da Vale", escreveu a deputada.
Para Gleisi, o ex-ministro é "qualificado para esta ou qualquer outra missão importante, que exija capacidade e compromisso com o país". Ela disse que Mantega "foi alvo de mentiras e acusações falsas do lavajatismo".
"Provou sua inocência, foi absolvido de tudo, mas nada vai reparar seu sofrimento pessoal nesses anos de perseguição. Agora virou alvo de mentiras grosseiras por parte da mídia que quer condená-lo ao ostracismo, perpetuando a injustiça. Como não têm argumentos válidos contra ele, atacam uma caricatura desenhada pela falsificação histórica de sua gestão na Fazenda", ressaltou a petista.
A presidente do PT também reforçou que "Guido não está sendo atacado por defeitos ou erros que tenha cometido. "É atacado (e até odiado) por causa da inestimável contribuição que deu à estabilidade, qualidade e crescimento da economia em nosso país. Por tudo que fez pelo Brasil, Guido Mantega merece todo respeito e nossa irrestrita solidariedade", conclui.
A relação de Lula com Mantega remonta à campanha de 2022, onde o ex-ministro atuou informalmente e integrou por uma semana a equipe de transição. Mesmo com a inabilitação anterior pelo TCU devido às “pedaladas” fiscais, essa decisão foi suspensa em 2023 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), abrindo caminho para a nova investida.
A possível inclusão de Mantega no conselho da Vale prevê uma remuneração mensal de aproximadamente R$ 100 mil, com reunião ordinária mensal e participação em dois comitês internos.
Entretanto, as negociações dependem do aval dos demais acionistas, pois a Vale não mantém mais a influência governamental do passado. Como “corporation” desde 2020, a empresa tem seu capital diluído no mercado, sem acionista individual com mais de 10%.
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