Quase metade dos pedidos de auxílio para reconstrução, destinados para famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, tem indícios de fraudes. De acordo com reportagem da RBS TV, o governo está investigando mais de 300 mil pedidos feitos para receber os R$ 5,1 mil por família previstos no auxílio. No total, há 629,6 mil pedidos.
Dados fornecidos pelo governo federal, em apuração da Folha de São Paulo, indicam que 150,6 mil pessoas podem ter solicitado o benefício sem morar nas áreas afetadas pela tragédia. Além disso, 152,7 mil não tiveram o endereço confirmado e 2,7 mil requereram o auxílio em mais de uma cidade. Também há indícios de recursos solicitados por pessoas falecidas. De acordo com a reportagem da RBS TV, 1.262 pedidos teriam sido feitos nesta situação.
As tentativas de fraude foram identificadas em uma espécie de malha fina feita pelo Executivo para identificar possíveis irregularidades na concessão do benefício.
Paulo Pimenta, ministro de Lula designado para acompanhar as ações do governo no Rio Grande do Sul, afirmou neste sábado (13) que vai acionar órgãos de controle, como a Polícia Federal, caso os ilícitos sejam confirmados. A responsabilidade das informações relacionadas ao cadastro das famílias, segundo ele, é das prefeituras. Mesmo assim, continuou, o governo teria um “um sistema rigoroso de checagem” que impediria as tentativas de fraude.
Governo estende prazo para cadastro, mas municípios dizem que não se enquadram no auxílio reconstrução
Neste sábado (13), o governo anunciou o adiamento para 26 de julho do prazo para as prefeituras cadastrarem famílias que querem receber o Auxílio Reconstrução. Segundo o Executivo, 444 municípios estão com reconhecimento federal de situação de emergência ou estado de calamidade e podem ter acesso ao benefício. Até o momento, 152 municípios ainda não cadastraram nenhuma pessoa no sistema.
Em nota, o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse que espera que as prefeituras cadastrem as pessoas no prazo. “Não é razoável que famílias que já podiam ter recebido sequer tenham sido cadastradas", disse Pimenta.
No entanto, na sexta-feira (12), a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) afirmou, por meio de nota, que pelo menos 150 municípios não se enquadram nos requisitos do programa. “99,9% destes municípios já explicaram que a mancha de inundação contempla áreas rurais, sem famílias com casas atingidas. Desta forma não se encaixam as condições do programa”, afirmou o presidente da Famurs, Marcelo Arruda.
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