Marcelo Queiroga, ex-ministro da saúde na gestão de Jair Bolsonaro, divulgou vídeo na manhã desta quarta-feira (17) comentando a situação de desassistência dos indígenas da etnia yanomami. Para Queiroga, o governo do presidente Lula (PT) usou a imagem dos yanomamis para se autopromover no início do mandato, mas os deixou em situação precária.
“Há um ano atrás todos lembram o que aconteceu no DSEI [Distrito Sanitário Especial Indígena] yanomami. Esse desgoverno do PT, que por mais de uma década abandonou os yanomamis, utilizou esses povos indígenas para sua autopromoção. Um ano depois, como está a situação dos yanomamis? Os garimpos voltaram e não reduziram em nada os problemas de saúde pública”, disse o ex-ministro.
Desde janeiro do ano passado, o governo federal executa uma força-tarefa com o objetivo de reduzir a situação de longa data de desassistência sanitária na região habitada pela etnia, que abrange parte dos estados de Roraima e Amazonas. Para especialistas, há problemas crônicos da região que perduram há anos e não possuem resolução simples.
Mesmo assim, no início do mandato, Lula (PT) relacionou a alta mortalidade e os índices de desnutrição e doenças dos yanomamis a uma tentativa de “genocídio” por parte do governo anterior, de Bolsonaro, e prometeu rápida resolução da crise.
No entanto, como mostrado pela Gazeta do Povo, um relatório da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde publicado no começo do ano apontou que as mortes de yanomamis em 2023 cresceram quase 50% em relação ao ano anterior. Foram 308 vítimas contra 209 em 2022.
Em sua publicação, Queiroga cobrou “trabalho sério” do governo em relação à crise e criticou a criação do Ministério dos Povos Originários, comandado pela ministra Sonia Guajajara. “Não melhoraremos a vida dos povos indígenas criando Ministério dos Povos Originários para uma ministra passear pelo Brasil e pelo exterior”, declarou.
Nesta terça-feira (16), Sonia Guajajara admitiu que o governo fracassou na tentativa de solucionar a crise que envolve a população yanomami. Esta foi a primeira declaração de um membro do governo Lula de reconhecimento do insucesso na chamada “missão yanomami”.
Neste final de semana, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, ironizou a estratégia de Lula de tentar capitalizar politicamente a crise yanomami. “A culpa não era de Bolsonaro, o ‘genocida’? As mortes de yanomamis no 1º ano de Lula no mesmo nível do último de Bolsonaro. Críticas? Bolsonaro era o ‘culpado’. Lula? Esse assunto sumiu. Mas o Brasil vê o duplo padrão e na hora certa vai falar”, postou o senador.
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