O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta (6) que o setor do agronegócio não gosta dele por “uma questão ideológica”, e não por dinheiro. A afirmação foi dada durante uma visita que faz a Goiânia para anunciar investimentos federais, e que tem no governador do estado, Ronaldo Caiado (União-GO), uma forte oposição junto aos produtores rurais.
Pesquisas de opinião divulgadas desde o começo do governo apontam uma alta reprovação a Lula no estado. No entanto, o presidente diz que essa rejeição do setor é puramente política.
“A razão pela qual uma parte do agronegócio rejeita o PT não é por uma questão de dinheiro ou financeira, é por uma questão ideológica”, disse em entrevista à rádio Difusora da capital goiana.
Ele ainda questionou o “ódio” que o agronegócio tem ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que, diz, “há décadas não invade uma terra produtiva nesse país”.
“[Os sem terra] são tão úteis ao Brasil quanto o agronegócio. Um produz coisa com qualidade e facilita com que o Brasil ganhe mercado para exportação, e os outros [...], pequenos proprietários, produzem os alimentos que nós comemos. Não faço distinção, sou favorável que os dois convivam harmonicamente, democraticamente”, pontuou.
Lula lembrou que os governos do PT fizeram os “maiores planos Safra da história”, citando “Lula 1, Lula 2, Dilma 3 e Lula 4”. Ele ressaltou que convive com essa questão ideológica “tranquilamente”.
“Independentemente da pessoa não votar em mim, eu estou trabalhando pelo Brasil, não para as próximas eleições”, ressaltou.
Na mesma entrevista, Lula comentou sobre a possibilidade de demitir o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, alvo de denúncias de suposto assédio sexual reveladas pela ong Me Too Brasil na noite de quinta (5). Ele disse que conversará com o ministro e que pode demiti-lo se o abuso ficar comprovado.
Lula também atacou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmando que ele não governou o país e que a única coisa que funcionava era o alegado "gabinete do ódio". Também mencionou que está terminando obras que ele começou no segundo mandato, mas sem mencionar que foi sucedido por Dilma Rouseff (PT), que não deu andamento a muitos dos canteiros.
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