O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta (11) que o governo pretende comprar “alguns aviões” para atender a presidência da República e ministros para viagens oficiais pelo país. A intenção ocorre dias depois do A319 presidencial apresentar um problema durante a decolagem na Cidade do México e precisar voar por quase cinco horas sobre a capital mexicana para poder regressar ao mesmo aeroporto.
O atual avião presidencial está em uso desde 2005 e conta com o auxílio de aeronaves menores para transportar assessores e equipes de solo do chamado “Escalão Avançado” antes das viagens do presidente.
“Desse problema, nós tiramos uma lição: nós vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões. Para que o Brasil, que é um país grande com 8,5 milhões de quilômetros quadrados [...] nós precisamos nos preparar. Não dá para a gente ser pego de surpresa”, disse Lula em entrevista à rádio O Povo/CBN em Fortaleza (veja na íntegra), onde cumpre agenda ao longo do dia.
Lula alegou que o avião não é especificamente para ele ou outro que venha a ocupar o cargo – citando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Jair Bolsonaro (PL). “A ignorância não pode prevalecer, é um avião para a instituição presidência da República quem quer que seja”, pontuou.
Ele emendou afirmando que é “preciso alguns” para os ministros viajarem, e que “a gente não governa o Brasil com ministro coçando lá em Brasília”. Atualmente, os ministros viajam em voos comerciais ou pegam carona nos da Força Aérea Brasileira (FAB).
O presidente afirmou que já encaminhou ao Ministério da Defesa o pedido de planejamento para a compra dos aviões, mas não citou quantos e nem valores ou prazos.
Logo após o incidente no México, o jornal O Globo afirmou que Lula teria ficado irritado com o problema e com a falta de conectivade do avião. “Qualquer avião mequetrefe fala [ao telefone], não tenho um satélite nessa po***. A gente não pode passar por isso”, teria dito.
Lula queria comprar novo avião em 2023
A possibilidade de troca do avião presidencial já vinha sendo ventilada pelo governo há pelo menos um ano. Ainda em 2023, Lula pediu à FAB um estudo para a viabilizar a compra ou a adaptação de uma outra aeronave.
No ano passado, informações trazidas pela imprensa deram conta que a primeira-dama, Janja Lula da Silva, desempenhou um papel significativo nas discussões sobre a aquisição de um novo avião presidencial, demonstrando sua participação ativa em decisões logísticas e de infraestrutura do governo.
A nova aeronave, estimada em R$ 400 milhões, substituiria o Airbus A319-ACJ atendendo a exigências do casal presidencial. A FAB sinalizou que encontrou um Airbus A330-200 registrado em nome de uma empresa com sede na Suíça para substituir o chamado “Aerolula”, comprado em 2004 por US$ 56,7 milhões.
Um grupo de deputados da oposição chegou a apresentar uma ação na Justiça para barrar a compra do novo “Aerolula”, alegando que isso representaria um “gravíssimo dano ao erário público, desvio de finalidade e afronta ao princípio da moralidade”. A repercussão negativa da notícia fez Lula desistir da compra na época.
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