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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta sexta (10) que a obra do Minha Casa Minha Vida entregoe em Maceió tenha áreas de lazer e uma biblioteca para as crianças aprenderem a ler e evitarem a “linguagem curta do Twitter”. A afirmação foi dada em um discurso no Residencial Parque da Lagoa ao lado de políticos locais, entre eles o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que foi fortemente vaiado pelas pessoas presentes.
O pedido para a instalação de uma biblioteca no conjunto faz parte da nova configuração do MCMV aprovada pelo Congresso no ano passado, e ocorre semanas depois de virem à tona os chamados “Twitter Files”, uma série de documentos sigilosos que mostram uma ofensiva do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra a rede social X – nome da plataforma após a aquisição pelo empresário Elon Musk.
“É preciso ter área de lazer para essas crianças brincarem, é preciso ter biblioteca para essas crianças aprenderem a ler, senão a gente vai criar uma sociedade com a linguagem muito curta do Twitter. É preciso aprender a ler, viajar com os livros desse país pra gente conhecer história, pra gente conhecer a vida das pessoas, pra saber porque as coisas acontecem”, disse Lula no discurso (veja trecho na íntegra).
Pouco depois da aprovação da nova legislação do MCMV no ano passado, o ministro Jader Filho, das Cidades, anunciou a entrega de 1,6 mil unidades habitacionais em quatro estados do país com bibliotecas compostas por um acervo de livros distribuídos pela Academia Brasileira de Letras (ABL).
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Na época, Lula afirmou que a instalação destes espaços era uma “necessidade de ver nossas crianças incentivadas a ler, o que não queremos é criança com arma”. Foi uma referência ao ataque a tiros em uma escola de São Paulo que deixou uma aluna morta e três feridos, em novembro.
“O que nós não queremos é criança fazendo violência, praticando e aprendendo violência. Nós queremos criança estudando, criança na escola”, completou Lula na época.
Durante a cerimônia desta sexta (10), Lula deu uma bronca no público após a forte vaia contra Lira, afirmando que este comportamento “o incomoda muito”, e que aquele era um ato institucional “que não tem cor partidária”.
Ele lembrou que o governo não tem maioria suficiente na Câmara – apenas 70 dos 513 deputados – e que conseguiu aprovar todos os projetos que precisava graças à coordenação das lideranças partidárias e do presidente da casa.







