O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quinta-feira (3), o governo Bolsonaro pela falta de regulamentação das apostas on-line, conhecidas como bets. O petista disse que a gestão passada “não fez absolutamente nada” para definir regras sobre o tema.
Lula está reunido com ministros para discutir o aumento da dependência em jogos. No início da reunião, ele lembrou que as bets foram liberadas durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), em 2018. A legislação estabeleceu um prazo de dois anos, prorrogáveis por mais dois, para que fossem estabelecidas regras sobre o tema.
“A regulamentação dos jogos foi feita pelo governo Temer, depois passou pelo governo Bolsonaro, que não fez absolutamente nada. Quando nós entramos, já no primeiro semestre, começamos a fazer uma avaliação do setor”, enfatizou. Lula afirmou que avanço das bets entre os brasileiros será tratado “como uma questão de dependência”.
“Tem muita gente se endividando, tem muita gente gastando o que não tem, e nós achamos que isso deve ser tratado como uma questão de dependência. Ou seja, as pessoas são dependentes, estão viciadas. Então resolvemos fazer a reunião que está presente nosso ministro da Fazenda que tem tentado cuidar disso desde que nós tomamos posse”, disse.
Haddad estima que 2 mil sites de bets serão derrubados
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estima que cerca de 2 mil sites de apostas on-line serão derrubados nos próximos dias. No início da semana, em entrevista à rádio CBN, o ministro apontou que entre 500 a 600 bets seriam suspensas no país.
As empresas que não solicitaram autorização do governo para funcionar no país serão bloqueadas a partir de 11 de outubro. Durante a reunião, Haddad citou as ações da Fazenda na regulamentação das apostas on-line.
“Para além do que foi regulado, preciso ouvir os demais ministérios para que completemos a regulação, uma vez que nos próximos dias 2 mil sites vão sair do ar, do espaço virtual brasileiro, vão se tornar inacessíveis ao cidadão que está no território nacional”, disse Haddad.
Ele disse que a reunião com os demais ministérios é importante para “detalhar o que falta completar” nas regras das bets. Na mesma linha de Lula, Haddad também criticou a falta de regulação do governo anterior e frisou a discussão sobre as apostas “não surgiu agora”.
“Apesar da lei fixar prazo de dois anos para regulamentação, prorrogáveis por mais dois anos, nada foi feito e nada foi cobrado. Não havia a compreensão de que isso poderia se transformar num problema social, como se transformou”, disse.
Participam da reunião sobre as bets no Planalto:
- Rui Costa (Casa Civil);
- Fernando Haddad (Fazenda);
- Wellington Dias (Desenvolvimento Social);
- Geraldo Alckmin (vice-presidente e Desenvolvimento, Indústria e Comércio);
- Nísia Trindade (Saúde);
- André Fufuca (Esporte)
- Ricardo Lewandowski (Justiça)
- Jorge Messias (Advocacia-Geral da União)
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