O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste sábado (10), que está preocupado com a possível extradição do jornalista australiano Julian Assange do Reino Unido para os Estados Unidos, onde responde a 18 acusações por espionagem.
Em uma postagem nas redes sociais, Lula disse que Assange “fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro. Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa”.
Assange teve o último recurso contra a extradição rejeitado pela Suprema Corte do Reino Unido nesta semana. O jornalista é fundador do site WikiLeaks e começou a publicar informações confidenciais do governo norte-americano a partir de 2010.
Estima-se que 700 mil documentos classificados sobre as guerras do Afeganistão, do Iraque, entre outras operações, foram publicados no site. Os dados foram usados depois para a produção de conteúdos jornalísticos em veículos como The Guardian e The New York Times sobre supostos abusos cometidos pelas Forças Armadas norte-americanas.
O jornalista australiano ficou abrigado na embaixada do Equador durante sete anos até ser preso em 2019 em Londres. A esposa, Stella Assange, disse que uma nova audiência será realizada na próxima semana, em que o companheiro fará uma nova apelação.
“Continuamos otimistas de que venceremos e que Julian não será extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações que podem resultar em passar o resto de sua vida em uma prisão de segurança máxima por publicar informações verdadeiras que revelaram crimes de guerra cometidos pelo governo dos EUA”, disse nas redes sociais.
Esta não é a primeira vez que Lula critica a extradição de Assange. Em maio, o presidente classificou a prisão como uma “vergonha” durante visita à Inglaterra para a coração do rei Charles 3º.
“É uma vergonha que um jornalista que denunciou as falcatruas de um Estado contra os outros esteja preso, condenado a morrer na cadeia, e a gente não fazer nada para libertá-lo”, disse na ocasião.
Em outra declaração, em 2020, o presidente brasileiro chegou a declarar que Assange deveria ser tratado como “herói” pela divulgação dos documentos. A fala ocorreu em um encontro com o pai do jornalista em Genebra, na Suíça.
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