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Lula
Críticas foram feitas durante lançamento de pacto para reduzir o desmatamento de queimadas na região amazônica.| Foto: reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cutucou o empresário Elon Musk e as empresas aéreas brasileiras nesta terça (9) durante uma cerimônia no Palácio do Planalto para anunciar um programa de redução de desmatamento e incêndios florestais. Ele ainda disparou contra países ricos para investirem recursos que financiem medidas de preservação ambiental em nações pobres e em desenvolvimento.

As declarações foram dadas durante o lançamento do programa “União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais na Amazônia”, uma espécie de pacto entre as três esferas de governo que prevê um investimento de R$ 730 milhões para promover o desenvolvimento sustentável e combater o desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia.

Durante o discurso após o lançamento da iniciativa, Lula afirmou que considera inacreditável que ainda existe gente que não acredita que as queimadas e o desmatamento prejudicam o planeta, e que não há para onde fugir.

“Tem até bilionário tentando fazer foguete, fazer viagem, pra ver se encontra algum espaço lá fora, não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui, vai ter que utilizar o muito do dinheiro que ele tem para ajudar a preservar o que tem aqui, a melhorar a vida das pessoas”, disse Lula em uma referência direta à empresa SpaceX, de Musk, que lançou no ano passado uma iniciativa para, no futuro, levar humanos ao planeta Marte.

Lula também cutucou as empresas aéreas brasileiras, dizendo que as autoridades que participaram do evento, principalmente de fora de Brasília, pagaram caro pelas passagens aéreas. “Obrigado a vocês que vieram para cá nestes tempos em que as passagens aéreas estão muito caras”, afirmou.

O presidente ainda disparou que os países ricos “que se industrializaram no passado” têm uma dívida com o planeta, e que precisam encaminhar recursos para que nações pobres e em desenvolvimento – principalmente na América Latina, Ásia e África – preservem as florestas nativas que ainda detém.

Este é um discurso recorrente do presidente desde que tomou posse, em que busca recursos para financiar a transição energética e conter o avanço das mudanças climáticas.

“O mundo rico, é bom que esteja aqui um representante do conselho europeu, o mundo rico tem que compreender que ele tem que pagar para que os países que mantenham floresta em pé levem a sério essa questão, não apenas o Brasil”, pontuou ressaltando que “vale a pena preservar” e que isso vai reverter em ganhos na economia mundial.

Ainda durante o discurso, Lula afirmou que o país chegou num ponto de que os gestores das três esferas de governo não podem mais jogar as responsabilidades ambientais de um para o outro, e que é preciso transformar a preservação ambiental num “compromisso do povo brasileiro” com o mundo. Ele reforçou a meta de zerar o desmatamento ilegal até 2030 e que é preciso cuidar da floresta e de seus habitantes, como índios, pescadores e pequenos trabalhadores rurais.

“Essas pessoas precisam de qualidade de vida, saúde, educação, energia, e de condições de trabalhar”, pontuou. Ele afirmou, ainda, que acredita que o Brasil tem todas as condições para liderar a transição energética e climática como “nenhum país do mundo”, e que estamos “próximos de uma revolução no desenvolvimento econômico, climático e energético. O Brasil será imbatível”.

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