O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta (16) que as políticas públicas contra a fome implantadas nos seus dois primeiros mandatos e nos de Dilma Rousseff (PT) foram destruídas pelos governos que vieram depois do que ele chama de “golpe” – o impeachment de 2016 por causa das pedaladas fiscais.
A crítica foi feita durante a cerimônia de lançamento da iniciativa “Alimento no Prato”, no Palácio do Planalto, em Brasília. Lula afirmou que o plano é uma “coisa” que “nunca foi lançada nesse país” com a participação direta da população nas decisões.
“Nós vimos o que aconteceu no governo da presidenta Dilma, tanta coisa que foi semeada e, depois do golpe, tantas coisas foram destruídas”, disse Lula sem citar os presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), recorrentemente citado em seus discursos.
Lula ainda retomou a fala de que, nos governos do PT, retirou o Brasil do mapa da fome da FAO em 2014 – o órgão da ONU para a alimentação – e que voltou ao poder com 33 milhões de pessoas nesta situação no país. Ele apontou, ainda, que seu mandato já tirou 24 milhões da fome e que vai zerar ao fim da gestão em 2026.
O presidente ainda lembrou da Aliança Global contra a Fome, a Pobreza e a Miséria, que é uma das principais bandeiras da presidência rotativa do Brasil no G20, que terá a última conferência realizada no mês que vem no Rio de Janeiro.
E ainda deu uma bronca nos ministros para terem atenção e tocarem as portarias que envolvem o plano lançado nesta manhã, com medidas voltadas à produção sustentável e comida saudável.
“Tem, no mínimo, 19 portarias e isso significa que os ministros e as entidades da sociedade civil que ajudaram a construir esse programa sabem que, daqui para a frente, tem que trabalhar muito para a gente executar. Porque depois de a gente anunciar publicamente, isso não pode ser letra morta”, ressaltou.
Lula também aproveitou o discurso para alfinetar a “nossa querida imprensa” que “certamente” estará no seu pé “cobrando para ver se as coisas estarão acontecendo”. Ele ainda retomou a crítica sobre a quantidade de alimentos que são perdidos ou desperdiçados no mundo apesar dos avanços tecnológicos e chamou de “irresponsabilidade” dos governantes de “países e Estados” que não encontram uma solução para as 733 milhões de pessoas que passam fome.
Segundo informações divulgadas mais cedo pelo Palácio do Planalto, o Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab) e o Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) têm como foco a distribuição de alimentos saudáveis e o incentivo à produção sustentável.
O Planaab conta com 29 iniciativas e 92 ações estratégicas para ampliar o acesso a alimentos frescos e saudáveis em todo o país, com destaque para a instalação de seis novas centrais de abastecimento nos estados da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo.
Dentro do plano está, ainda, o Programa Arroz da Gente, que tem como objetivo estimular a produção e o estoque de arroz. A iniciativa ocorre após o país ficar à mercê de uma quebra da produção do grão por causa das enchentes no Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional, em maio.
De acordo com o Planalto,o governo garantirá a compra da produção de pequenos e médios produtores através de contratos de opção, com investimento de cerca de R$ 1 bilhão para a compra de até 500 mil toneladas do grão.
Já o Planapo tem como foco fortalecer a produção de alimentos orgânicos e agroecológicos com práticas sustentáveis no campo. Prevê ações de inclusão de mulheres, jovens, indígenas e quilombolas na agricultura familiar, além de incentivar a pesquisa e a inovação no setor.
Os novos planos complementam medidas já implementadas desde 2023, como o Plano Brasil Sem Fome, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Cozinhas Solidárias e o Programa Cisternas.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião