Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Ano legislativo

Lula diz a Motta e Alcolumbre que não mandará propostas ao Congresso sem consultar líderes

Lula, Motta e Alcolumbre
Presidente se reuniu com novos mandatários do Congresso e pregou união mesmo com oposição maior no Legislativo. (Foto: reprodução/Canal Gov)

Ouça este conteúdo

Apuração em andamento

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse aos novos presidentes das duas casas do Congresso, na manhã desta segunda (3), que o governo não mandará nenhuma proposta de lei sem antes conversar com as lideranças partidárias, e que pretende entregar o fim do seu mandato com uma “harmonia” entre os poderes mesmo tendo uma oposição maior.

A fala ocorreu logo após a primeira reunião de articulação e de reconhecimento da vitória do deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) à presidência da Câmara e de Davi Alcolumbre (União-AP) ao Senado, no último sábado (1º). Este segundo retorna ao cargo após quatro anos, que acumula também a do Congresso.

“Eles não terão problema na relação política com o Poder Executivo, eu jamais mandarei pro Senado ou pra Câmara um projeto que seja de interesse pessoal do presidente Lula ou de um partido político. Todos os projetos que enviaremos serão de interesses vitais para o povo brasileiro [...] e sem antes ouvir as lideranças dos partidos políticos que é [são] os que vão brigar lá dentro para aprovar estes projetos”, disse Lula.

Ele emendou afirmando que “o sucesso de vocês será o sucesso meu e o sucesso do Brasil”. Motta foi eleito com 444 votos entre os 513 deputados, e Alcolumbre com 73 dos 81 senadores, ambos com uma ampla aliança de partidos apoiadores da base governista (inclusive o PT) ao centrão e à oposição (como o PL).

Lula disse ainda que se candidatou novamente à presidência da República em 2022 para trazer “a normalidade” de volta ao país. A fala se tornou recorrente ao longo dos dois primeiros anos de governo, e vem sendo reforçada desde que trocou o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), do deputado Paulo Pimenta para o publicitário Sidônio Palmeira.

Ele afirmou, ainda, que o país terá “muito orgulho” ao fim dos mandatos dos dois presidentes e dele próprio, no final do ano que vem, de que a “democracia foi restabelecida na sua plenitude”.

“Tenho certeza que a nossa convivência será exemplo para o futuro e para aqueles que hoje fazem parte do presente e que, muitas vezes, não querem entender a necessidade da convivência democrática”, disparou também dentro da estratégia adotada pela nova comunicação do governo.

Recados a Lula

Motta disse estar “100% à disposição” de Lula para negociar a tramitação de propostas enviadas pelo governo e que prezará pela harmonia entre os Poderes da República. “À disposição para construirmos uma pauta positiva para o país [...] essa harmonia é que o Brasil precisa”, pontuou.

“Fazer um Poder Legislativo forte, altivo, equilibrado e que possa verdadeiramente dar respostas à sociedade brasileira a partir dessa relação verdadeira, profícua e duradoura estabelecida por vossa excelência enquanto presidente do Brasil”, emendou Alcolumbre elogiando Lula pelo governo que está sendo tocado.

No entanto, mandou um recado afirmando que o encontro foi um “um gesto de aproximação, de maturidade”, mas que “cada um, dentro das suas atribuições, tem que cumprir com as suas obrigações e olhar para o que é melhor para o Brasil”.

“A gente não tem tempo de criar crise onde não existe, porque o nosso tempo tem que ser aproveitado integralmente para entregar para as pessoas como Poder Legislativo, apoiar a agenda do governo, debater e aprimorar todas essas agendas importantes que são prioritárias para o governo, inclusive propondo mais iniciativas a partir do parlamento”, pontuou.

Alcolumbre ainda ressaltou que tem conversas constantes com Motta, sinalizando uma dobradinha de decisões entre eles em propostas que o governo enviar. Há a expectativa de que o Congresso tentará reverter a questão das emendas parlamentares, voltando a ter mais poder sobre o orçamento da União.

Lula também afirmou que a questão da polarização política – “ideológica” – vista durante a eleição de 2022 ficou em segundo plano, e que o governo conseguiu fazer passar todos os projetos prioritários para a população mesmo em meio a comentários de que não teria base suficiente e um Congresso oposicionista.

Lembrou que conseguiu aprovar a “PEC Fura-teto” antes mesmo de tomar posse, depois o arcabouço fiscal e a reforma tributária, e que quer entregar o Brasil neste segundo biênio do governo e da nova gestão do Congresso com união entre os poderes Executivo e Legislativo – a “foto” que fez após o primeiro discurso com os dois novos presidentes.

Mais informações em instantes.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.