O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja retomar a agenda internacional no mês de fevereiro. Ainda que focado no roteiro nacional mirando as eleições municipais deste ano, o petista já tem alguns destinos no exterior em seu radar. As primeiras paradas devem ser na África, para onde ele vai ao Egito e Etiópia.
Na Etiópia, o mandatário participa do Congresso da União Africana (UA), marcado para acontecer entre os dias 17 e 18 de fevereiro. A visita faz parte do desejo de Lula em criar uma maior aproximação com os países africanos. Em coletiva de imprensa nas últimas semanas, o petista disse que as viagens têm a intenção de "pagar a dívida histórica que o Brasil tem com a África".
No Egito, a expectativa é que o mandatário discuta acordos comerciais já que os dois países têm consolidado o mercado bilateral nos últimos anos. Em 2023, a balança Brasil-Egito, somando exportação e importação, fechou em US$ 2,8 bilhões, com um superávit de US$ 1,8 bilhão para o Brasil. Em meio ao cenário da guerra entre Rússia e Ucrânia, o Brasil também intensificou a importação de fertilizantes provenientes do Egito. Em 2023, mais de 50% das importações do país foram do produto.
A ida de Lula a Cairo também pode acabar na discussão sobre o conflito entre Israel e Hamas, na Faixa de Gaza. O Egito, junto a outros países do Oriente Médio, foi um importante negociador para a saída de estrangeiros presos em Gaza, inclusive os brasileiros. A situação na região deve ser discutida por Lula e o presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi. Conforme apurou a Gazeta do Povo com interlocutores do Planalto, uma bilateral tem sido organizada.
Outro destino que está no roteiro de Lula para acontecer em breve é uma viagem ao Paraguai. O presidente paraguaio, Santiago Peña, veio ao Brasil na neste mês para tratar os detalhes do acordo Brasil-Paraguai sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em 2023 o acordo que permitiu a construção da usina fez 50 anos e, conforme acordado entre as duas partes, deve ser revisto após este prazo. Sem consenso após a visita de Peña, Lula afirmou que o novo acordo dever ser estabelecido com sua ida ao vizinho sul-americano.
Visitas internacionais
Além dos destinos para os quais Lula deve se deslocar nos próximos meses, ele ainda recebe o presidente da França, Emmanuel Macron, em Brasília. A visita acontece no final de março, conforme revelou o portal Poder360. O acordo de livre comércio entre o Mercosul e União Europeia deverá ser o principal tema discutido entre eles.
O encontro entre os presidentes deve ser mais uma tentativa de convencer Macron a ser mais "aberto" sobre o acordo. A França tem sido o principal entrave para que o acordo entre os dois blocos saia do papel. Com uma postura protecionista, o parlamento francês produziu uma side letter no último ano com uma série de exigências adicionais para que o acordo seja fechado. Lula chamou os novos termos de "inaceitáveis".
Mas Macron não deve ser o único a visitar Lula no primeiro semestre deste ano. Ainda em março, o Itamaraty espera receber o presidente da Espanha, Pedro Sanchez. O acordo com a União Europeia também deve ser um dos temas discutidos entre os líderes. A Espanha é um dos países europeus favoráveis ao acordo e presidiu o bloco pelos últimos seis meses, no mesmo período em que Lula esteve à frente do Mercosul.
Lula também convidou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para vir ao Brasil neste ano, "preferencialmente" no primeiro semestre. Em carta ao mandatário americano, o petista citou as comemorações do bicentenário das relações entre os dois países. "Gostaria de convidá-lo a visitar o Brasil, preferencialmente neste 1º semestre, para que possamos celebrar a ocasião no mais alto nível e dar continuidade ao aprofundamento da nossa parceria", escreveu Lula.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião