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O pastor Silas Malafaia, um dos próximos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou ser contra o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e defende que as manifestações marcadas para 16 de março devem focar na anistia para os condenados pelo 8 de Janeiro.
Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, ele disse que “o nosso objetivo não é impeachment de Lula. É 'fora Lula 2026', e 'Anistia Já!' para o 8/1".
“Por que impeachment de Lula? Para entrar um [presidente] pior do que ele, que é o [vice-presidente Geraldo] Alckmin? Trocar seis por meia dúzia? Pelo Alckmin, que é pior ainda, que é amicíssimo do [ministro do Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes? Eles se merecem! Deixa esse governo ir até o final, já que foram eles que arrumaram tudo isso o que está acontecendo no país de desgraça econômica, de roubalheira, de estatal dando prejuízo. Deixa eles”, disse Malafaia.
Segundo ele, “o presidente Bolsonaro não vai pautar isso”, em referência ao impeachment, pauta dos principais organizadores e mobilizadores da manifestação, que incluem deputados federais apoiadores de Bolsonaro – caso, por exemplo, de Nikolas Ferreira (PL-MG).
“O fora Lula é para 2026. Se alguém em algum lugar do Brasil quiser falar outra coisa, não é a noção do presidente Bolsonaro”, disse ainda Silas Malafaia à Folha, acrescentando que fará um vídeo de convocação mostrando que nunca teria ocorrido tentativa de golpe.
Essa acusação já resultou na condenação de centenas de pessoas que invadiram e depredaram as edifício do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto em 8 de janeiro de 2023 e também deverá ser imputada a Bolsonaro numa denúncia que será apresentada em breve pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Neste sábado (15), em entrevista ao canal do YouTube Brazil Talking News, Bolsonaro disse que vai focar na anistia no ato que será realizado no Rio de Janeiro.
“Dá para colaborar nesse movimento de rua que estão programados para 16 de março aqui no Brasil. Colabore, vá. Procure saber quem está organizando, quais são as pautas, se não tem ninguém ali esquisito que vá fazer uso da palavra”, disse. “Eu devo estar no Rio de Janeiro. Vai ser o quê? Anistia. E as questões nacionais. Outros vão ser impeachment, outros vão ser outro assunto qualquer. Colabore, participe”, completou em seguida.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL e próximo de Silas Malafaia, reforçou que a pauta das manifestações deve ser “Anistia Já” e “Fora Lula 2026”, e não a defesa do impeachment.
“Alckmin seria mais do mesmo”, disse à Coluna do Estadão, em referência à possibilidade de o vice-presidente Geraldo Alckmin assumir a Presidência no lugar de Lula, consequência direta do impeachment. “Foi o Lula que disse que quer o povo na rua, não foi? Então, já que ele convocou, terá”, afirmou. “A gente estava tranquilinho, mas ele fustigou.”