Deputados e senadores da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saíram em defesa do tenente-coronel Mauro Cid após o vazamento de áudios atribuídos a ele que criticam a Polícia Federal e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alegando uma suposta pressão para fechar o acordo de delação premiada.
Os áudios foram vazados na noite desta quinta (21) pela revista Veja em que Cid supostamente diz a uma pessoa desconhecida que os investigadores da Polícia Federal “não queriam saber a verdade” sobre o que realmente acontecia no gabinete do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele afirmou que a autoridade estaria “com a narrativa pronta” e que Moraes “é a lei” que “prende e solta quando quiser”.
Desde a noite de quinta (21) e a manhã desta sexta (22), os parlamentares acusaram a PF e o STF de fazerem pressão psicológica sobre Cid, de perseguirem os apoiadores do ex-presidente e de que as críticas mostrariam que o país vive sob uma “ditadura”.
Para o deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS), vice-líder da oposição na Câmara, os áudios de Cid “revelam o que todo mundo já sabe, [que] Alexandre de Moraes tem só um objetivo, perseguir os conservadores e prender Bolsonaro, custe o que custar”.
“Isso não é justiça, isso não é algo que aconteça em uma democracia, isso é um escândalo sem precedentes. Obrigar alguém a falar algo que não existiu para incriminar outrem é coisa de ditador, não de democrata”, afirmou.
Já o deputado Coronel Meira (PL-PE) foi além e afirmou que “além de presos políticos, estamos testemunhando a volta da tortura como ação de Estado” para se tentar provar uma narrativa através de uma “delação sob coação”. “A bomba estourou”, emendou o deputado Daniel Freitas (PL-SC).
“A colaboração está comprometida, e a narrativa desmoralizada”, disparou o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado.
Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, também criticou a condução das investigações e questionou “até quando a imprensa vai ficar fingindo que não estamos numa ditadura”. “Estado democrático de direito”, afirmou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) repostando um vídeo nas redes sociais com o conteúdo dos áudios de Cid.
O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi no mesmo tom e afirmou que “isso é uma bomba”. “Os áudios destroem completamente todas as alegações feitas por Alexandre de Moraes, PF e imprensa. Cid tem sido praticamente torturado psicologicamente para mentir e acusar Bolsonaro de alguma coisa que possam prendê-lo”, emendou.
Ainda durante a madrugada, um dos advogados da equipe de defesa de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que há uma discrepância entre o que Cid falou à PF e o que estava sendo vazado pela imprensa, e que apenas a retirada do sigilo da delação “poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação dos fatos”.
Por conta das críticas, o ministro Alexandre de Moraes convocou Mauro Cid a prestar esclarecimentos ao STF na tarde desta sexta (22). Ele será ouvido pelo desembargador Airton Vieira, juiz instrutor designado pelo magistrado, e acompanhado de um representante da Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo advogado dele, Cezar Bittencourt – ele foi procurado pela Gazeta do Povo e ainda não se pronunciou.
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