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Governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.
Governador do Mato Grosso, Mauro Mendes.| Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), afirmou nesta quinta-feira (19) que a reunião com o governo federal para tratar sobre as medidas contra incêndios não será eficaz para o combate imediato. Ele participou de um encontro entre governadores e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, no Palácio do Planalto.

Segundo Mendes, as ações anunciadas de combate às queimadas só terão efeito a partir do ano que vem, já que o período de chuvas está próximo.

“É bem-vinda a iniciativa do governo federal de adentrar ou reforçar todo o planejamento e as estratégias para combater o fogo no país, entretanto, nós estamos chegando já no final dessa temporada porque em 15 dias, 30 dias, as chuvas já deverão estar presentes em boa parte doo território onde nós estamos tendo os maiores focos de incêndio”, disse o governador aos jornalistas após o encontro.

O governador negou qualquer desconforto com a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na reunião, devido a uma viagem para o Maranhão. E ainda enfatizou que a União atuou em Mato Grosso no combate aos incêndios desde o início.

“No meu Estado, nós tomamos providências com bastante antecedência, começamos em janeiro e em março nós já tínhamos todo o planejamento de execução e acredito que o governo federal e os outros Estados também fizeram isso. O que aconteceu na prática é que o tamanho do problema foi muito maior do que efetivamente nós nos planejamos”, afirmou.

O estado do Mato Grosso concentra a maior parte dos focos de incêndio em apenas um dia, com 2,1 mil, o equivalente a 41,4% do total.

Uma das críticas feitas pelo governador foi de que o governo federal precisa ouvir as demais unidades da federação antes de tomar decisões. “Criar coisas a partir de Brasília não funcionou, e não tende a funcionar bem”, pontuou.

Medidas do governo Lula contra incêndios

Na última segunda (16), o presidente Lula se reuniu com alguns ministros para tratar sobre as emergências climáticas e os incêndios florestais que atingem cerca de 60% do país. Uma nova reunião do governo foi marcada na terça-feira (17) com os líderes do Congresso para tentar agilizar a votação de projetos de combate às queimadas.

Entre as ações do governo, consta a publicação de uma Medida Provisória (MP) que autoriza a liberação de R$ 514 milhões para o combate aos incêndios e à seca na Amazônia. A MP já está em vigor, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional no prazo de 60 dias.

O recurso foi liberado, após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, autorizar o governo a emitir créditos extraordinários fora da meta fiscal até o final de 2024 para combater os incêndios que afetam a Amazônia e o Pantanal. Dessa forma, as despesas não vão impactar os balanços do governo.

O Brasil já conta com quase 12 milhões de hectares consumidos pelo fogo em 2024, conforme dados do Monitor do Fogo Mapbiomas. Cerca de 70% dos incêndios aconteceram em áreas de vegetação nativa.

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