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CPMI do INSS

Messias pode ser convocado para explicar omissão da AGU com irmão de Lula

Jorge Messias
Presidente da CPMI do INSS quer que Messias explique possível omissão da AGU em alertas envolvendo Frei Chico. (Foto: reprodução/Youtube Canal Gov)

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O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou nesta terça (25) que colocará para votação a convocação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para prestar esclarecimentos sobre uma possível omissão do órgão a alertas envolvendo uma entidade que tem o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o “Frei Chico”, como vice-presidente.

A votação da convocação deve ocorrer na próxima sessão da CPMI, marcada para quinta-feira (27). Viana afirma que é preciso esclarecer possíveis omissões da AGU no processo que investiga descontos ilegais aplicados a aposentados e pensionistas.

“Os parlamentares terão a oportunidade de votar contra ou a favor. Em temas que envolvem o interesse público, a verdade sempre encontra seu caminho e o Parlamento existe para permitir que ela apareça”, afirmou o senador.

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De acordo com uma apuração publicada na semana passada pelo Estadão, um levantamento interno da AGU apontou irregularidades em organizações que prestam serviços assistenciais a aposentados e pensionistas, entre elas o Sindnapi-FS, que tem José Ferreira da Silva como vice-presidente. A documentação listava nove entidades como principais alvos, registrando aumento expressivo de reclamações judiciais por cobranças sem autorização.

O relatório previa o cancelamento de convênios caso as irregularidades fossem comprovadas, com um “encaminhamento de pedido de providências” e início do processo administrativo. Apesar disso, ao pedir o bloqueio de bens de organizações suspeitas em maio, Messias deixou de fora seis dessas nove entidades.

A oposição afirma que a AGU, comandada por Messias, agiu de forma seletiva ao excluir entidades citadas nos documentos internos. Parlamentares veem omissão em um momento sensível, já que o ministro depende de votos no Senado para assumir a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

O clima é de desgaste crescente para o governo, inclusive com um rompimento de relações entre o presidente da casa, Davi Alcolumbre (União-AP), e o líder de Lula, Jaques Wagner (PT-BA).

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Na última sessão da CPMI, Messias foi alvo direto de críticas principalmente do relator, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O parlamentar cobrou a presença de forma enfática ao afirmar que a comissão tem obrigação de ouvi-lo.

“Temos a obrigação de convidar ou convocar o senhor Messias para prestar depoimento nesta comissão sob pena de prevaricação nossa”, disparou.

O ministro já havia manifestado preocupação com os impactos políticos da investigação sobre o ressarcimento dos aposentados. Em meados de maio, Messias disse temer que a CPMI “atrapalhe este processo de devolução dos recursos para os aposentados e pensionistas”. O argumento, porém, não convenceu os parlamentares.

Em setembro, após a comissão começar os trabalhos, deputados e senadores aprovaram um convite para Messias, mas ainda não houve comparecimento. Agora, a expectativa é de que ele preste esclarecimentos sob a convocação.

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