O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), criticou nesta quinta-feira (7) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da regulamentação das agências reguladoras. A PEC foi apresentada nesta semana pelo deputado federal Danilo Forte (União-CE), mas ainda precisa ser protocolada com 171 assinaturas para iniciar a tramitação.
De acordo com o ministro, as possíveis alterações na Lei Geral das Agências (Lei 13.848/19) não são consensuais no governo. “A alteração da lei das agências não conta com o apoio de todos do governo. Eu tenho falado bastante com Silvio Costa Filho [ministro de Portos e Aeroportos], com o Marcus Cavalcanti [secretário especial de PPI da Casa Civil] e vou ligar para o ministro Rui Costa [Casa Civil”, declarou Renan Filho, durante o evento de 30 anos da Lei de Concessões, promovido pelo Moveinfra.
“Imagina um ‘superdiretor’ da ‘superagência’ que regula todas as agências do Brasil. Como vai definir a política pública da Ancine [Agência Nacional do Cinema] […] até a ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]?”, questionou.
Para o ministro, a medida “lembra a última tentativa mal sucedida que foi colocar todos os problemas do Brasil a cargo do Posto Ipiranga”.
Ao apresentar a proposta, na última terça-feira (5), Danilo Forte mencionou que ainda “não houve um debate com o Executivo”, mas ele avaliou que não haverá empecilhos, tendo em vista que o governo não pode criar um órgão de controle no próprio governo. “Caberá ao Legislativo fazer essa fiscalização e o Executivo não terá ingerência. Usaremos condicionantes jurídicas para que respondam por omissão e dolo”, disse o parlamentar.
Em outubro deste ano, o presidente Lula aproveitou a crise gerada pelo apagão em São Paulo, que afetou milhões de clientes da Enel, e disse que quer mudar as regras das agências reguladoras, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para aumentar o poder de decisão do governo.
O que prevê a PEC
A PEC atribui às comissões temáticas da Câmara a prerrogativa institucional de fiscalizar a normatização das agências reguladoras, além de questionar as normas definidas pelas agências e determinar prazo para que elas cumpram a determinação da legislação.
A PEC da Fiscalização das Agências Reguladores prevê as seguintes medidas:
- Inibe a cooptação dos órgãos pela iniciativa privada;
- Democratiza o acesso da sociedade às decisões;
- Amplia a responsabilidade das comissões temáticas;
- Aumenta a segurança jurídica dos setores regulados:
“Estamos recolhendo as assinaturas e queremos preservar o interesse dos eleitores, porque existem várias denúncias de dolo relacionadas às agências que precisam ser apuradas”, disse o deputado.
A urgência sobre a PEC surgiu em meio ao apagão em São Paulo e as cobranças sobre a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), além da paralisação das agências reguladoras que geraram uma série de prejuízos.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião