O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a extradição do jornalista Oswaldo Eustáquio, considerado foragido pela Justiça brasileira desde dezembro de 2022. Ele reside na Espanha desde o ano passado.
Nesta terça-feira (15), o ministro também pediu a extradição de 63 brasileiros investigados pelos atos de 8 de janeiro que teriam fugido para a Argentina.
A Gazeta do Povo apurou que, diferente do pedido que será formalizado às autoridades argentinas, a solicitação envolvendo Eustáquio está mais adiantada, pois já foi enviado pelo Ministério da Justiça para o Ministério das Relações Exteriores.
O Itamaraty é o responsável pelas tratativas com o governo espanhol. No caso dos investigados do 8 de janeiro, a determinação de Moraes ainda está no Ministério da Justiça.
O jornalista deixou o Brasil logo após as últimas eleições presidenciais por receio de ser preso novamente, pois já tinha sido detido em 2020 e 2021. Pouco depois, ele teve a prisão preventiva decretada por Moraes. À época, o jornalista disse que se considerava um "refugiado político" no Paraguai.
Em junho de 2023, Moraes ordenou a inclusão do jornalista na lista vermelha da Interpol de procurados pela Justiça. Oswaldo Eustáquio é alvo do inquérito das milícias digitais e é investigado pelos crimes de ameaça, perseguição, incitação ao crime, associação criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Em agosto deste ano, Moraes expediu um mandado de prisão preventiva e busca e apreensão contra Eustáquio. No entanto, a PF não conseguiu cumprir a ordem, pois ele já estava na Espanha.
A defesa de Eustáquio classificou a ordem de Moraes como “desproporcional e sem fundamento”.
Em entrevista ao portal Poder360, o jornalista afirmou que a nova determinação de Moraes é “mais uma decisão injusta e persecutória”, que “fará o Brasil passar vergonha em âmbito internacional”, porque “tenho proteção como exilado político na Espanha”.
Passo a passo do pedido de extradição de Oswaldo Eustáquio
A Polícia Federal fez a solicitação ao STF, pois os processos envolvendo o jornalista tramitam na Corte. O relator encaminhou o pedido ao Ministério da Justiça. Assim, o Supremo é o órgão solicitante.
O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), vinculado ao Ministério da Justiça, avalia se a solicitação atende aos termos previstos em tratados internacionais.
Após essa etapa, o pedido é enviado ao Ministério das Relações Exteriores. A extradição é feita entre países, neste caso é um pedido do Brasil à Espanha, por meio da atuação das duas pastas.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião