O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou que a Polícia Federal aprofunde as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso da suposta adulteração do cartão de vacinação contra a Covid-19.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou nesta terça-feira (23) que sejam realizadas mais diligências. No mês passado, a PF indiciou Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 15 pessoas por suspeita de inserções falsas no sistema do Ministério da Saúde e associação criminosa. A PGR analisou o relatório produzido pela PF no âmbito da Operação Venire.
Cabe ao órgão decidir se oferece denúncia ou não contra os investigados. Com isso, o procurador-geral defendeu que o caso seja devolvido aos investigadores. Entre os pontos que precisam de esclarecimentos, Gonet pediu para que a PF esclareça se o ex-presidente e seus aliados usaram os cartões falsificados de imunização para entrar nos Estados Unidos, no final de 2022.
"É relevante saber se algum certificado de vacinação foi apresentado por Jair Bolsonaro e pelos demais integrantes da comitiva presidencial, quando da entrada e permanência no território norte-americano. Ao menos seria de interesse apurar se havia, à época, norma no local de entrada da comitiva nos EUA impositiva para o ingresso no país da apresentação do certificado de vacina de todo estrangeiro, mesmo que detentor de passaporte e visto diplomático", escreveu Gonet.
O procurador-geral apontou que ainda estão pendentes de conclusão os laudos periciais sobre o conteúdo de celulares e eletrônicos apreendidos na operação.
"Para a completa formação da opinio delicti [opinião a respeito do delito] é importante saber se existem diligências relevantes pendentes de cumprimento, que possam dar origem a novas provas sobre os fatos aqui investigados, mediante a captação de outros diálogos relevantes e a descoberta de vínculos ainda ocultos entre os investigados, ou se as demais extrações não se mostraram úteis para as investigações e por isso não foram juntadas aos autos", ressaltou Gonet.
Além disso, a PGR solicitou mais informações sobre o indiciamento do Gutemberg Reis (MDB-RJ). "Não há, nos autos, notícia do resultado da quebra de sigilo telemático do aparelho celular apreendido em poder de Gutemberg Reis de Oliveira, providência útil para que se estabeleça o nível de contato e de proximidade entre Gutemberg Reis de Oliveira e os demais participantes do que seria a organização criminosa", afirmou Gonet.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião