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O chanceler da Venezuela, Yván Gil, e o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira
O chanceler da Venezuela, Yván Gil, e o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira| Foto: Reprodução/Ministério das Relações Exteriores

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, está na Rússia para a Cúpula de Chanceleres dos Brics, que acontece nesta segunda (10) e terça-feira (11). Durante a passagem pelo país, Vieira se reuniu com Bruno Rodríguez, chanceler de Cuba, e Yván Gil, ministro das Relações Exteriores da Venezuela. Em um dos encontros, Gil e Vieira trataram das eleições na Venezuela marcadas para 28 de julho. As informações sobre as reuniões foram divulgadas pelo Palácio do Itamaraty.

O pleito presidencial no país tem sido alvo de críticas pela comunidade internacional desde que o ditador venezuelano Nicolás Maduro foi acusado de realizar manobras eleitorais para se manter no poder. No cargo há mais 13 anos, o regime chavista inabilitou os principais nomes da oposição venezuelana.

Em outra reunião, a de Vieira com Bruno Rodríguez, a pasta informou que os chanceleres trataram sobre o diálogo de outras nações com os Brics e os "principais pontos de interesse da agenda bilateral". Rodríguez também teria reiterado um convite para que Vieira faça uma visita oficial a Cuba ainda neste ano. Mais detalhes não foram fornecidos.

Mauro Vieira também se reuniu com seu homólogo chinês, Wang Yi, nesta segunda-feira. No encontro, eles trataram da recente visita que o vice-presidente, Geraldo Alckmin, fez à China, as relações sino-brasileiras e a visita que Xi Jinping, ditador chinês, deve fazer ao Brasil em novembro no âmbito da Cúpula do G20. O apoio do Brasil à iniciativa chinesa pela paz na Ucrânia também foi abordada pelos chanceleres.

Além dos chanceleres de Cuba, Venezuela e China, Mauro Vieira também teve encontros com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani; com o chanceler russo, Sergey Lavrov; e com a ministra das Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Nizhny Novgorod.

Governos da China e Rússia utilizam Brics para expandir influência no Sul Global

Os países dos Brics, sobretudo Rússia e China, têm apostado em uma aproximação com as nações do Sul Global. Escanteados pelas democracias do Ocidente - Moscou pela invasão que fez contra a Ucrânia, e Pequim pelo regime autoritário de Xi -, esses países têm buscado expandir a influência em relação às nações em desenvolvimento. Na última semana, a China recebeu membros de governo do Brasil, mas também da Venezuela, Cuba, Turquia e Irã com a intenção de se aproximar politicamente e discutir investimentos e parcerias. Nesta semana, esses mesmos países estão reunidos na Rússia.

A Rússia preside o Brics (acrônimo para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) neste ano e pauta as discussões do bloco. Essa é a primeira reunião oficial do bloco desde que mais seis países passaram a fazer parte dele em janeiro deste ano. Ministros da Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã, recém-membros dos Brics, também estão na cidade de Nizhny Novgorod, na Rússia, para o encontro de chanceleres.

De acordo com a Rússia, outros 13 países também enviaram representantes para o encontro. Ministros de Bangladesh, Bahrein, Bielorrússia, Cuba, Cazaquistão, Laos, Mauritânia, Arábia Saudita, Sri Lanka, Tailândia, Turquia, Venezuela e Vietnã estão na Rússia para a agenda dos Brics e participam de reuniões nesta terça-feira. Segundo a imprensa russa, essas nações têm interesse em ingressar o bloco.

Os ministros dos países-membros dos Brics também concordaram em assinar um acordo que deve ser divulgado nesta terça-feira (11), após o fim das reuniões. Os termos do texto não foram divulgados.

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