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“Ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo”, diz Lula em comício
Lula disse ainda que Bolsonaro “inventou até que é evangélico” para vencer as eleições de 2018, mas “não acredita em Deus”.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “ninguém foi mais de esquerda que Jesus Cristo”. O novo aceno aos cristãos ocorreu na noite desta quinta-feira (17) durante comício em apoio ao candidato petista, Luiz Caetano, e sua vice, Pastora Déa (PSB), em Camaçari (BA).

“Eu fico muito orgulhoso de ver o Caetano arrumar uma vice, uma mulher negra, uma pastora. Não tem nada mais extraordinário do que essa união de dois partidos de esquerda. A gente não tem medo de dizer que a gente é de esquerda, porque ninguém foi mais de esquerda do que Jesus Cristo. Ninguém”, reforçou.

Lula tem aproveitado as agendas oficiais para participar de mais atos de campanha de aliados. Caetano é ex-prefeito do município e disputa o segundo turno contra Flávio Matos (União).

Além disso, intensificou as tentativas de aproximação com eleitores evangélicos. No último dia 15, o petista sancionou a lei que estabelece o Dia da Música Gospel em uma cerimônia no Planalto com a presença de políticos que representam o segmento.

Durante o discurso, Lula disse que os “ricos” mandaram crucificar Jesus e ressaltou que “nenhum granfino” cuidará da população.

“Ninguém brigou mais pelos pobres que Jesus Cristo. É exatamente por brigar pelos pobres, de cuidar dos doentes, de atender os mais necessitados que os ricos da época mandaram crucificar Jesus Cristo. Não podemos esquecer isso, porque é não é nenhum granfino que vai cuidar de vocês”, enfatizou.

Lula diz que Bolsonaro “não acredita em Deus”

O petista disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “inventou que é evangélico” para vencer as eleições de 2018. Para Lula, Bolsonaro “não acredita em Deus” e foi eleito para “destilar ódio no coração de milhões de pessoas de boa-fé que acreditaram em suas mentiras”.

“A gente não pode cometer o erro de 2018, quando ao invés de votar no companheiro com a qualidade do [Fernando] Haddad, votou numa coisa, votou numa coisa que ninguém conhecia a não ser por contar mentiras e pregar o ódio”, apontou o presidente.

“Inventou até ser evangélico. Ele não acredita em Deus e não acredita em Deus porque o comportamento dele é de quem não acredita”, acrescentou.

“Machos do país” tiraram Dilma da presidência

No início do discurso, Lula lembrou do processo de impeachment enfrentado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016. Ele destacou que Dilma foi alvo dos “machos do país” que não aceitavam uma mulher na presidência.

"Eu entreguei a presidência da República a uma companheira mulher pela primeira vez na história desse país. E pelo fato de uma mulher ter governado, que foi a companheira Dilma, os machos desse país, não tendo respeito por uma mulher que – quando menina de 20 anos de idade, foi presa e torturada [durante a ditadura militar], com choque em tudo que é lugar –, essa mulher assumiu a presidência da República para dar continuidade ao governo que nós vínhamos fazendo”, afirmou.

“Eles não só fizeram o impeachment da Dilma, depois de uma mentira inventada, como eles inventaram a Lava Jato para me tirar da disputa eleitoral”, completou o mandatário.

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