Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Operação contra Bolsonaro

OAB critica Moraes por proibir comunicação entre defesas de envolvidos em operação

Beto Simonetti
Presidente da OAB, Beto Simonetti, fala durante sessão solene do STF. (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

Ouça este conteúdo

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, aguarda esclarecimentos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a decisão que proibiu a comunicação entre advogados e investigados na Operação Tempus Veritatis, "inclusive através de advogados". A operação, deflagrada na semana passada, investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.

A restrição à comunicação entre advogados e clientes causou revolta na classe, levando a OAB a solicitar que o ministro reavalie a medida, considerada uma violação das prerrogativas da advocacia. Simonetti enfatiza que advogados não podem ser confundidos com seus clientes e ressalta a importância de preservar as prerrogativas profissionais.

“O ministro Alexandre de Moraes tem acolhido os apontamentos da OAB referentes a prerrogativas, que se inserem na proteção dos direitos e garantias individuais, inclusive quando relacionados a advogados de réus do 8 de janeiro. A expectativa é que nosso pedido para rever esse trecho específico da decisão também seja acolhido”, disse Simonetti em entrevista à Folha de São Paulo nesta quinta (15).

A expectativa da OAB é que o pedido para revisão da decisão seja acolhido, destacando que a entidade sempre defendeu as prerrogativas dos advogados, independentemente de quem representam. Simonetti lembra casos anteriores em que a OAB teve que intervir em questões relacionadas à ampla defesa, enfatizando o compromisso da instituição com a proteção das prerrogativas profissionais dos advogados.

Após enfrentar algumas discordâncias com Moraes no passado, especialmente em relação ao uso do plenário virtual, a OAB espera agora uma revisão da decisão para garantir que não haja limites injustificados nas comunicações entre advogados e investigados.

A entidade reafirmou o compromisso em zelar pelas prerrogativas profissionais dos advogados envolvidos na Operação Tempus Veritatis e em qualquer outra investigação.

“A OAB tem obrigação de zelar pelas prerrogativas de colegas que defendem investigados na Operação Tempus Veritatis e em qualquer investigação. A OAB olha para as prerrogativas profissionais, não para quem o advogado representa, ou se o cliente é de esquerda, de centro ou de direita, se é culpado ou inocente, famoso ou desconhecido”, completou.

A operação que teve Jair Bolsonaro como alvo, denominada Tempus Veritatis, resultou na execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas alternativas contra o ex-presidente e seus apoiadores.

Os mandados foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que mencionou um suposto decreto envolvendo a prisão dele, do ministro Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além da convocação de novas eleições.

De acordo com a investigação, os suspeitos teriam trabalhado para invalidar o resultado das eleições de 2022, que resultou na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antes mesmo da realização do pleito. A polícia sustenta que o núcleo de Bolsonaro atuou descredibilizando as urnas e incentivando atos extremistas, e posteriormente tentou convencer as Forças Armadas a intervir para impedir a transição de poder após a confirmação da vitória de Lula.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.